A filosofia intercultural em diálogo com o pensamento de mulheres agroecologistas do assentamento Filhos de Sepé : fissuras de esperança e luta

Abstract

A presente tese buscou refletir possibilidades de fissuras no Sistema Capitalista. Para tanto, se aproxima da compreensão do pensamento de seis mulheres agroecologistas do Assentamento Filhos de Sepé, do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra a partir da Filosofia Intercultural, proposta por Raúl Fornet-Betencourt. O caminho metodológico foi permeado por encontros que tiveram como quefazer a conversa e a escuta paciente em vista do diálogo enquanto exercício de justiça. Os autores que fundamentaram a tese foram tratados como interlocutores, pois estruturaram, junto com o pensamento das mulheres agroecologistas, os postulados centrais da pesquisa. Nesse sentido, a Interculturalidade não surge apenas como uma teoria, mas como o próprio quefazer do estudo. O estudo constatou que o conhecimento ou sabedoria da terra que emerge no cotidiano das agroecologistas, no contexto do assentamento, em diálogo com a Filosofia Comunitária e a Educação Libertadora, teceu pressupostos de uma educação potente, capaz de fissurar os fundamentos do Sistema Capitalista. A sabedoria ameríndia em muitos momentos vai ao encontro da agroecologia, em especial da agrofloresta, que têm como horizonte o Bem Viver, elemento fundamental para pensar uma educação que inclua todos os seres terrenos e supere o antropocentrismo.

Esta tesis buscó reflejar posibilidades de fisuras en el Sistema Capitalista. Para ello, aborda la comprensión del pensamiento de seis mujeres agroecólogas del Asentamiento Filhos de Sepé, del Movimiento de Trabajadores Sin Tierra desde la Filosofía Intercultural, propuesto por Raúl Fornet-Betencourt. El camino metodológico estuvo permeado por encuentros que tenían como quehacer la conversación y la escucha paciente en vista del diálogo como ejercicio de justicia. Los autores que sustentaron la tesis fueron tratados como interlocutores, pues estructuraron, junto al pensamiento de las mujeres agroecólogas, los postulados centrales de la investigación. En este sentido, la Interculturalidad no aparece sólo como una teoría, sino como la tarea misma del estudio. El estudio constató que el conocimiento o sabiduría de la tierra que emerge en el cotidiano de las agroecólogas, en el contexto del asentamiento, en diálogo con la Filosofía Comunitaria y la Educación Liberadora, tejió presupuestos de una educación poderosa, capaz de fisurar los cimientos del Sistema Capitalista. La sabiduría amerindia está muchas veces en la línea de la agroecología, especialmente la agrosilvicultura, que tiene como horizonte el Buen Vivir, elemento fundamental para pensar una educación que incluya a todos los seres terrenales y supere el antropocentrismo.