A racialidade como fator de exclusão social : pensar a branquitude para descolonizar a escola
Visualizar/abrir
Data
2025Orientador
Nível acadêmico
Doutorado
Tipo
Assunto
Resumo
Vivemos em uma sociedade orientada pelo racismo estrutural, de modo que a raça é determinante na manutenção das estruturas de poder. As bases do racismo estão presentes no discurso colonizador, que construiu a perspectiva de superioridade branca, na qual o grupo social branco é visto como universal, protagonista das narrativas e detentor do saber. Ao racializar somente o outro, não refletimos sobre a nossa identidade racial branca. O pacto da branquitude, acordo tácito entre o grupo social bran ...
Vivemos em uma sociedade orientada pelo racismo estrutural, de modo que a raça é determinante na manutenção das estruturas de poder. As bases do racismo estão presentes no discurso colonizador, que construiu a perspectiva de superioridade branca, na qual o grupo social branco é visto como universal, protagonista das narrativas e detentor do saber. Ao racializar somente o outro, não refletimos sobre a nossa identidade racial branca. O pacto da branquitude, acordo tácito entre o grupo social branco, utiliza diversos mecanismos de manutenção dos nossos privilégios. Colocamos a raça branca no centro do debate para questionar os espaços de poder ocupados por ela, escolhendo como foco de estudo a educação. Olhar para o sistema educacional, também é olhar para um espaço no qual as funções de poder são preenchidas majoritariamente por pessoas brancas. O objetivo geral da tese é compreender como os professores e professoras percebem a racialidade, se esta é um fator de exclusão social e de que maneira isso se reflete na escola. A autoetnografia desempenhou um papel crucial como ferramenta teórica e metodológica, permitindo uma exploração profunda e pessoal das experiências e percepções raciais. A metodologia do trabalho de campo utilizou a técnica snowball, facilitando a identificação e o recrutamento dos colegas participantes, docentes da rede municipal de ensino de Porto Alegre lotados na Secretaria Municipal de Educação e nas escolas. Além disso, a análise de discurso crítica foi empregada para examinar as narrativas e discursos dos participantes, fundamentada pela teoria da branquitude, revelando as dinâmicas subjacentes de poder e opressão. A hipótese de que as professoras e professores brancos não refletem sobre o grupo social branco ao qual pertencem se confirmou. A análise está reunida em duas categorias principais: “certezas ensimesmadas”, que abordam os discursos marcados por convicções e fechamentos, e “aberturas reflexivas”, que refletem uma disposição à autoavaliação crítica. Identificamos que os professores e professoras brancas utilizam a falsa ignorância branca como mecanismo de perpetuação de seus privilégios. Para colaborarmos efetivamente com uma educação antirracista, precisamos de uma abertura radical dos e das docentes brancos. Um ponto de partida possível, é a reflexão profunda sobre a construção de nossa identidade racial, assim como fizemos com outras raças, reconhecendo em nós as raízes do colonizador. ...
Resumen
Vivimos en una sociedad orientada por el racismo estructural, de modo que la raza es determinante en el mantenimiento de las estructuras de poder. Las bases del racismo están presentes en el discurso colonizador, que construyó la perspectiva de superioridad blanca, en la cual el grupo social blanco es visto como universal, protagonista de las narrativas y poseedor del conocimiento. Al racializar solo al otro, no reflexionamos sobre nuestra identidad racial blanca. El pacto de la blanquitud, un ...
Vivimos en una sociedad orientada por el racismo estructural, de modo que la raza es determinante en el mantenimiento de las estructuras de poder. Las bases del racismo están presentes en el discurso colonizador, que construyó la perspectiva de superioridad blanca, en la cual el grupo social blanco es visto como universal, protagonista de las narrativas y poseedor del conocimiento. Al racializar solo al otro, no reflexionamos sobre nuestra identidad racial blanca. El pacto de la blanquitud, un acuerdo tácito entre el grupo social blanco, utiliza diversos mecanismos para mantener nuestros privilegios. Colocamos la raza blanca en el centro del debate para cuestionar los espacios de poder ocupados por ella, eligiendo como foco de estudio la educación. Mirar el sistema educativo también es mirar un espacio en el cual las funciones de poder son ocupadas mayoritariamente por personas blancas. El objetivo general de la tesis es comprender cómo los profesores y profesoras perciben la racialidad, si esta es un factor de exclusión social y de qué manera se refleja en la escuela. La autoetnografía desempeñó un papel crucial como herramienta teórica y metodológica, permitiendo una exploración profunda y personal de las experiencias y percepciones raciales. La metodología del trabajo de campo utilizó la técnica snowball, facilitando la identificación y el reclutamiento de los colegas participantes, docentes de la red municipal de enseñanza de Porto Alegre asignados a la Secretaría Municipal de Educación y a las escuelas. Además, se empleó el análisis crítico del discurso para examinar las narrativas y discursos de los participantes, fundamentado por la teoría de la blanquitud, revelando las dinámicas subyacentes de poder y opresión. La hipótesis de que los profesores y profesoras blancos no reflexionan sobre el grupo social blanco al cual pertenecen se confirmó. El análisis está reunido en dos categorías principales: “certezas ensimismadas”, que abordan los discursos marcados por convicciones y cierres, y “aperturas reflexivas”, que reflejan una disposición a la autoevaluación crítica. Identificamos que los profesores y profesoras blancas utilizan la falsa ignorancia blanca como mecanismo para perpetuar sus privilegios. Para colaborar efectivamente con una educación antirracista, necesitamos una apertura radical de los y las docentes blancas. Un punto de partida posible es la reflexión profunda sobre la construcción de nuestra identidad racial, así como hemos hecho con otras razas, reconociendo en nosotros las raíces del colonizador. ...
Instituição
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Faculdade de Educação. Programa de Pós-Graduação em Educação.
Coleções
-
Ciências Humanas (7817)Educação (2608)
Este item está licenciado na Creative Commons License
