"Para Porto Alegre ver" : ensino de História, memória e patrimônio na Ilha Grande dos Marinheiros

Abstract

Esta pesquisa trata das possibilidades da educação patrimonial no Ensino de História, sob a ótica de uma Nova Pedagogia do Patrimônio. Pretende responder ao questionamento: Como as referências culturais da Ilha Grande dos Marinheiros e do bairro Arquipélago, em Porto Alegre, mobilizam aprendizagens com os estudantes da EJA no ensino de História? Para isso, propõe-se uma atividade de educação patrimonial, a partir da metodologia dos inventários participativos do Iphan. Nessa atividade, os alunos selecionam e pesquisam os patrimônios culturais locais, e desenvolvem fichas sobre os bens culturais selecionados. Utilizando essas fichas, os estudantes produzem uma narrativa histórica sobre o lugar em que vivem, que se materializa na construção de um livro artesanal. O principal objetivo é discutir as possibilidades da educação patrimonial para a construção de currículos coerentes com a realidade dos diferentes contextos sociais dos estudantes da EJA da Ilha Grande dos Marinheiros. Além disso, pretende contribuir para aumentar a visibilidade do arquipélago nas discussões acadêmicas, reforçando a pouca bibliografia disponível sobre a região; reforçar os laços de identidade e de protagonismo da comunidade como forma de emancipação; e desenvolver com os estudantes o sentido de produção e de pertencimento ao processo histórico. Essa proposta permite que os estudantes construam o conhecimento histórico a partir da sua localidade, bem como proporciona uma possibilidade de que assumam o controle da narrativa sobre si mesmos, uma narrativa em primeira pessoa sobre a cultura e a história do lugar em que vivem e da comunidade a que pertencem. Essa produção precisou ser flexibilizada no momento final de elaboração do trabalho em sala de aula, quando duas grandes enchentes se impuseram enquanto demanda curricular. Os estudos sobre referências culturais se voltaram à relação da comunidade com as águas que a cercam e as inundações. Seus relatos se transformaram em um pequeno livro de memórias, espaço de fala, escuta e registro da narrativa de suas experiências.

Esta investigación aborda las posibilidades de la educación patrimonial en la Enseñanza de la Historia, desde la perspectiva de una Nueva Pedagogía del Patrimonio. Su objetivo es responder a la pregunta: ¿Cómo los referentes culturales de Ilha Grande dos Marinheiros y del barrio Arquipélago, en Porto Alegre, movilizan el aprendizaje con los estudiantes de la EJA en la enseñanza de la Historia? Para ello se propone una actividad de educación patrimonial, basada en la metodología de los inventarios participativos del Iphan. En esta actividad, los estudiantes seleccionan e investigan el patrimonio cultural local y desarrollan tarjetas sobre los bienes culturales seleccionados. A partir de eso, los estudiantes producen una narrativa histórica sobre el lugar donde viven, que se concretiza en la construcción de un libro hecho a mano. El principal objetivo es discutir las posibilidades de la educación patrimonial para la construcción de currículos coherentes con la realidad de los diferentes contextos sociales de los estudiantes de la EJA en Ilha Grande dos Marinheiros. Además, pretende contribuir a aumentar la visibilidad del archipiélago en los debates académicos, reforzando la poca bibliografía disponible sobre la región; reforzar los vínculos de identidad y protagonismo de la comunidad como forma de emancipación; y desarrollar con los estudiantes un sentido de producción y pertenencia al proceso histórico. Esta propuesta permite a los estudiantes construir conocimientos históricos a partir de su localidad, además de brindarles la posibilidad de tomar control de la narrativa sobre sí mismos, una narrativa en primera persona sobre la cultura y la historia del lugar en el que viven y la comunidad. al que pertenecen. Esta producción necesitó flexibilizarse en el momento final de preparación del trabajo en el aula, cuando dos grandes inundaciones se impusieron como demanda curricular. Los estudios sobre referentes culturales se centraron en la relación de la comunidad con las aguas que la rodean y las inundaciones. Sus relatos se convirtieron en un pequeño libro de recuerdos, un espacio para hablar, escuchar y registrar la narración de sus experiencias.