Práticas avaliativas de uma professora alfabetizadora: o acompanhamento da aprendizagem da leitura e da escrita em turmas de 1º e 2º ano do Ensino Fundamental

Abstract

Esta monografia é uma pesquisa qualitativa que faz parte de um projeto de pesquisa maior que investiga a avaliação da alfabetização. Tem-se como objetivo analisar práticas avaliativas (instrumentos de avaliação e registro) de uma professora alfabetizadora utilizados para acompanhar a aprendizagem da leitura e da escrita de crianças de 1º e 2º ano do Ensino Fundamental. Os objetivos específicos são: 1) Identificar os saberes da alfabetização privilegiados pela professora em suas avaliações; e 2) Relacionar os saberes privilegiados pela docente em suas práticas avaliativas e aos conhecimentos necessários à alfabetização de crianças apontados pela literatura da área. A fundamentação teórica está alicerçada nos estudos de Soares (2016; 2020) e Morais (2012; 2019) da área da alfabetização; Perrenoud (1999; 2000), Luckesi (2011) e Hadji (2002) na avaliação escolar; e Sperrhake e Piccoli (2020) para abordar os instrumentos de avaliação e registro, dentre outros. A metodologia adotada é o estudo de caso (André, 2013), e como estratégia de produção de dados, realizou-se o grupo focal (Iervolino; Pelicioni, 2001) e uma entrevista individual semi-estruturada (André; Ludke,1986) com uma professora alfabetizadora. Além da entrevista, são analisados instrumentos de avaliação e registro disponibilizados pela docente. A análise foi organizada em duas categorias: a primeira aborda os aspectos avaliativos da alfabetização, na qual fica evidente que a professora constrói seu planejamento conforme as observações e a análise do cotidiano da sala de aula, e revela concepções de avaliação formativa na sua prática docente. Na segunda categoria, a análise dos instrumentos de avaliação e registro revelou que o conhecimento das letras, as habilidades de consciência fonológica, a leitura e a escrita de palavras e frases foram alguns dos objetos de conhecimento preconizados nas avaliações. Por fim, compreende-se que a professora vivencia a docência como um trabalho artesanal, no qual a avaliação é assumida como um processo contínuo e, através da observação no cotidiano da sala de aula e do uso de recursos pedagógicos e lúdicos, a docente avalia e reavalia seu planejamento semanal de acordo com as dificuldades e facilidades que os alunos demonstram.