As representações sobre cidadania de gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais no discurso jornalístico da Folha e do Estadão
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Data
2012Orientador
Nível acadêmico
Doutorado
Tipo
Assunto
Resumo
Entendemos que a notícia, principal produto do jornalismo, é construída a partir dos múltiplos discursos que circulam dentro da cultura vigente, influenciados pelos valores relacionados à norma hegemônica que rege os comportamentos sociais. As representações sobre gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais pelo discurso jornalístico se fundam num padrão normativo ocidental hegemônico – a heteronormatividade, que hierarquiza e atribui valores aos sujeitos, excluindo determinados indivíd ...
Entendemos que a notícia, principal produto do jornalismo, é construída a partir dos múltiplos discursos que circulam dentro da cultura vigente, influenciados pelos valores relacionados à norma hegemônica que rege os comportamentos sociais. As representações sobre gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais pelo discurso jornalístico se fundam num padrão normativo ocidental hegemônico – a heteronormatividade, que hierarquiza e atribui valores aos sujeitos, excluindo determinados indivíduos, práticas e grupos. Nesse sentido, outras formas existentes de expressão da sexualidade são entendidas como fora da norma, o desvio, contribuindo para o preconceito e a discriminação. Analisamos quais visões de cidadania os jornais de referência Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo ajudam a construir a partir das representações da população LGBT, identificando as marcas nos discursos que revelam esses sentidos. A busca pelo reconhecimento da diversidade sexual opera via normalização, dentro de uma perspectiva que estimula uma cultura de tolerância, na qual estão ancoradas as representações sobre o grupo, fortalecidas pelo discurso moral e ideológico das instituições religiosas que negam a possibilidade de exercício de uma cidadania plena da população LGBT. Concluímos que enquanto a heterossexualidade não for problematizada e debatida na esfera pública de forma aberta e democrática fica difícil romper os preconceitos e a violência contra a população LGBT. E o jornalismo, enquanto campo marcado por disputas, lugar de produção de sentidos e formação de valores, deve buscar cumprir sua função social, buscando contextualizar os fatos a partir da pluralidade de vozes existente na sociedade. ...
Abstract
We understand that the news, the main product of journalism, is constructed from the multiple discourses that circulate within the current culture, influenced by the values related to hegemonic norm that governs social behaviors. The representations of gays, lesbians, bisexuals, transvestites and transsexuals by journalistic discourse are based on a hegemonic western normative standard - heteronormativity, which ranks and assigns values to the subjects, excluding certain individuals, groups and ...
We understand that the news, the main product of journalism, is constructed from the multiple discourses that circulate within the current culture, influenced by the values related to hegemonic norm that governs social behaviors. The representations of gays, lesbians, bisexuals, transvestites and transsexuals by journalistic discourse are based on a hegemonic western normative standard - heteronormativity, which ranks and assigns values to the subjects, excluding certain individuals, groups and practices. In this sense, other existing forms of expression of sexuality are seen as outside the norm, the deviation, contributing to prejudice and discrimination. We analyzed which visions of citizenship the leading newspapers Folha de S. Paulo and O Estado de S. Paulo helps build upon the representations of LGBT people, identifying marks on the discourses that reveal these senses. The quest for recognition of sexual diversity operates through standardization, within a perspective that encourages a culture of tolerance, which are anchored in the representations of the group, strengthened by moral and ideological discourse of religious institutions that deny the possibility of LGBT people live a full citizenship. We conclude that while heterosexuality is not questioned and debated in public sphere in a democratic and open way is difficult to break down prejudice and violence against LGBT people. And journalism, as a field marked by disputes, place of production of meanings and values formation, should seek to fulfill its social function, trying to contextualize the facts from the plurality of voices that exists in society. ...
Instituição
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação. Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Informação.
Coleções
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Ciências Sociais Aplicadas (6059)Comunicação e Informação (597)
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