Todo corpo gordo é um corpo doente? : as lógicas de cuidado no tratamento da obesidade
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Data
2024Orientador
Nível acadêmico
Mestrado
Tipo
Assunto
Resumo
A obesidade está no foco das preocupações da saúde populacional mundial há algumas décadas, em um debate centrado principalmente na epidemiologia. Normalmente, a obesidade é classificada como uma doença crônica e diagnosticada a partir do “excesso” de adiposidade e pelo Índice de Massa Corporal (IMC), uma fórmula que resulta em uma proporção em peso e altura. Consequentemente, todo corpo gordo é classificado como um corpo doente, o que resulta na patologização de um grupo de pessoas unicamente ...
A obesidade está no foco das preocupações da saúde populacional mundial há algumas décadas, em um debate centrado principalmente na epidemiologia. Normalmente, a obesidade é classificada como uma doença crônica e diagnosticada a partir do “excesso” de adiposidade e pelo Índice de Massa Corporal (IMC), uma fórmula que resulta em uma proporção em peso e altura. Consequentemente, todo corpo gordo é classificado como um corpo doente, o que resulta na patologização de um grupo de pessoas unicamente a partir da forma corporal. Além disso, são corpos estigmatizados por meio de um preconceito chamado gordofobia, que é manifestado de diversas formas, dentre elas, a partir da gordofobia na área da saúde, mais conhecida como gordofobia médica. Assim, entende-se a necessidade urgente de estudar a obesidade e o corpo gordo a partir da ótica das ciências sociais, já que a obesidade é uma preocupação de saúde pública e um estigma social (Poulain, 2013). Nesse contexto, essa pesquisa buscou identificar quais são as lógicas de cuidado, a partir da perspectiva de Annemarie Mol, existentes em práticas de tratamento da obesidade divulgadas por profissionais de saúde no Instagram, no entendimento de que as redes sociais também fazem parte das práticas de cuidado desses profissionais. Nesse sentido, é possível identificar que os tratamentos para a obesidade são centrados unicamente na perda de peso e de forma a responsabilizar individualmente o paciente (ou cliente, nesse caso), pela lógica da escolha (Mol, 2008), a partir de elementos mercantilistas que tratam a saúde como um bem, não como um direito. ...
Abstract
Obesity has been the focus of global population health concerns for a few decades, in a debate centered mainly on epidemiology. Normally, obesity is defined as a chronic disease that involves “excess” adiposity and the Body Mass Index (BMI), a formula that results in a proportion of weight and height. Consequently, every fat body is classified as a sick body, which results in the pathologization of a group of people solely based on their body shape. Furthermore, they are bodies that are stigmat ...
Obesity has been the focus of global population health concerns for a few decades, in a debate centered mainly on epidemiology. Normally, obesity is defined as a chronic disease that involves “excess” adiposity and the Body Mass Index (BMI), a formula that results in a proportion of weight and height. Consequently, every fat body is classified as a sick body, which results in the pathologization of a group of people solely based on their body shape. Furthermore, they are bodies that are stigmatized through a prejudice known as fatphobia, which manifests itself in different ways, including fatphobia in the health sector, better known as medical fatphobia. Therefore, arriving at the understanding that there's an urgent need to study obesity and the fat body through the perspective of the social sciences, as obesity is a public health concern as well as a social stigma (Poulain, 2013). In this context, this research sought to identify what are the logics of care, from the perspective of Annemarie Mol, that exist in obesity treatment practices disclosed by health professionals on Instagram, understanding that social media e a window into practices that happens in their office. In this sense, it is possible to identify that treatments for obesity are focused solely on weight loss and in a way that makes the patient (or client, in this case) individually responsible for a logic of choice (Mol, 2008), based on mercantilists elements who treat health as a gift, not as a right. ...
Instituição
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Instituto de Filosofia e Ciências Humanas. Programa de Pós-Graduação em Sociologia.
Coleções
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Ciências Humanas (7765)Sociologia (566)
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