Terapia nutricional em pacientes pediátricos submetidos ao transplante de células tronco hematopoiéticas alogênico
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Data
2025Orientador
Co-orientador
Nível acadêmico
Mestrado
Tipo
Assunto
Resumo
Introdução: O transplante de células tronco hematopoiéticas (TCTH) é um dos tratamentos disponíveis para o câncer. Devido a alta toxicidade do tratamento, o paciente pode apresentar diversos sintomas do trato gastrointestinal (TGI), que podem levar à piora progressiva do estado nutricional. A terapia nutricional precoce, associada à nutrição enteral proativa, vem demostrando benefícios. O objetivo do estudo foi analisar a tolerância da terapia nutricional em pacientes pediátricos submetidos ao ...
Introdução: O transplante de células tronco hematopoiéticas (TCTH) é um dos tratamentos disponíveis para o câncer. Devido a alta toxicidade do tratamento, o paciente pode apresentar diversos sintomas do trato gastrointestinal (TGI), que podem levar à piora progressiva do estado nutricional. A terapia nutricional precoce, associada à nutrição enteral proativa, vem demostrando benefícios. O objetivo do estudo foi analisar a tolerância da terapia nutricional em pacientes pediátricos submetidos ao transplante de células tronco hematopoiéticas. Método: Estudo de coorte retrospectivo, com pacientes de 0 a 18 anos, que realizaram TCTH alogênico. Coletou-se dados, de prontuário eletrônico, em quatro momentos distintos: D0, D+10, D+20 e D+30. Se avaliou variáveis da internação, da terapia nutricional, do estado nutricional, TGI e exames laboratoriais. Resultados: Avaliou-se 94 pacientes, com idade média de 8 anos (± 5,3). A passagem da sonda nasoenteral (SNE) foi em média no D-5 (±7,80), com início da TNE no D0 (±7,3) e a perda da SNE ocorreu em média no D+14 (±17,7) predominantemente por eventos adversos (77,2%). Pacientes com pior tolerância a NE, associada ou não a alimentação vira oral, utilizaram mais nutrição parenteral (p=0,003), tiveram alta hospitalar posteriormente (D+54 versus D+47), perderam mais peso na alta em relação a admissão (4,5% do peso versus 3,8%) e apresentaram mais doença do enxerto contra o hospedeiro (DECH), 64,7% versus 35,3% em relação aos pacientes com melhor tolerância. A aceitação da alimentação via oral foi mínima (1-25% do ofertado) no D0 e D+10. Náuseas e vômitos foram mais frequentes no dia do transplante, 29,8% e 18,1% respectivamente, e mucosite no D+10 com 60,2%. A NE foi bem tolerada (81%) no D+10, mesmo com a presença de mucosite. Conclusão: A NE foi bem tolerada nos momentos em que houve aceitação mínima da dieta via oral, mesmo com a presença de mucosite e outros sintomas gastrointestinais. Pacientes com melhor tolerância à NE, associada ou não a dieta via oral, têm menor tempo de internação, menor risco de DECH, utilizam menos NP e apresentam menor perda de peso na alta hospitalar em relação à admissão para o TCTH. ...
Abstract
Introduction: Hematopoietic stem cell transplantation (HSCT) is one of the available treatments for cancer. Due to the high toxicity of the treatment, the patient may present several symptoms of the gastrointestinal tract (GIT), which can lead to progressive worsening of the nutritional status. Early nutritional therapy, associated with proactive enteral nutrition, has shown benefits. The objective of the study was to analyze the tolerance of nutritional therapy in pediatric patients undergoing ...
Introduction: Hematopoietic stem cell transplantation (HSCT) is one of the available treatments for cancer. Due to the high toxicity of the treatment, the patient may present several symptoms of the gastrointestinal tract (GIT), which can lead to progressive worsening of the nutritional status. Early nutritional therapy, associated with proactive enteral nutrition, has shown benefits. The objective of the study was to analyze the tolerance of nutritional therapy in pediatric patients undergoing hematopoietic stem cell transplantation. Method: Retrospective cohort study, with patients aged 0 to 18 years, who underwent allogeneic HSCT. Data were collected from electronic medical records at four different time points: D0, D+10, D+20 and D+30. Variables of hospitalization, nutritional therapy, nutritional status, GIT and laboratory tests were evaluated. Results: 94 patients were evaluated, with a mean age of 8 years (± 5.3). The average passage of the nasoenteral tube (NET) occurred on D-5 (±7.80), with NET beginning on D0 (±7.3), and the loss of NET occurred on D+14 (±17.7) predominantly due to adverse events (77.2%). Patients with worse tolerance to EN, associated or not with oral feeding, used more parenteral nutrition (p=0.003), were discharged later (D+54 versus D+47), lost more weight at discharge compared to admission (4.5% of weight versus 3.8%) and presented more graft-versus-host disease (GVHD), 64.7% versus 35.3% compared to patients with better tolerance. Acceptance of oral feeding was minimal (1-25% of what was offered) on D0 and D+10. Nausea and vomiting were more frequent on the day of transplantation, 29.8% and 18.1% respectively, and mucositis on D+10 with 60.2%. EN was well tolerated (81%) on D+10, even with the presence of mucositis. Conclusion: EN was well tolerated at times when there was minimal acceptance of oral diet, even with the presence of mucositis and other gastrointestinal symptoms. Patients with better tolerance to EN, associated or not with oral diet, have shorter hospital stay, lower risk of GVHD, use less PN and present less weight loss at hospital discharge compared to admission for HSCT. ...
Instituição
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Faculdade de Medicina. Programa de Pós-Graduação em Alimentação, Nutrição e Saúde.
Coleções
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Ciências da Saúde (9362)
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