Grave geral : cartografia de uma clínico-política urbana nas festa de rua de música eletrônica em Porto Alegre
Visualizar/abrir
Data
2024Autor
Orientador
Nível acadêmico
Mestrado
Tipo
Assunto
Resumo
Este trabalho consiste em uma cartografia das festas de rua de música eletrônica em Porto Alegre, realizada por meio das memórias da participação do seu autor nos eventos produzidos pelos coletivos Plano e Arruaça, entre 2022 e 2024. Partindo do encontro transversal entre festa, cidade e política, a pesquisa se aproxima do movimento das festas de rua de música eletrônica que ocorre no Brasil contemporâneo, sobretudo a partir dos anos 2010, quando a pauta do direito à cidade é tramada de maneira ...
Este trabalho consiste em uma cartografia das festas de rua de música eletrônica em Porto Alegre, realizada por meio das memórias da participação do seu autor nos eventos produzidos pelos coletivos Plano e Arruaça, entre 2022 e 2024. Partindo do encontro transversal entre festa, cidade e política, a pesquisa se aproxima do movimento das festas de rua de música eletrônica que ocorre no Brasil contemporâneo, sobretudo a partir dos anos 2010, quando a pauta do direito à cidade é tramada de maneira singular com algumas expressões artísticas, sendo a festa de rua mais uma das formas de ocupação urbana. A festa emerge aqui como intervenção clínico-política coletiva e paradoxal, que tensiona e desloca os sentidos da cidade a partir da performance de seus participantes. Ao longo do trabalho, foram elaboradas narrativas ficcionais, articulando as experiências vividas com uma problematização teórico-política das noções de direito à cidade, apostando na construção de uma textura sensível-inteligível do percurso da pesquisa. Desde uma perspectiva dos estudos sobre os processos de produção de subjetividade, em uma tentativa de acessar o plano da experiência, foram criados dois jogos para a montagem do dispositivo cartográfico: o jogo de "brincar na rua" e o jogo de "contar histórias". São operações metodológicas que visam tomar o vivido como matéria de experimentação ficcional, tanto na prática de ocupar a cidade quanto na de narrá-la em texto. Em um trabalho de experimentação com a própria pesquisa, aposta-se no potencial clínico-político das festas de rua e do texto acadêmico – como dispositivo que provoca e desloca experiências com a cidade. A ficção auxilia a dar corpo a um conjunto de paradoxos encontrados na vivência das festas de rua, dentre eles: festa-trabalho, colonização-descolonização afirmação-apropriação, ócio-negócio, resistência-assimilação, fuga-captura, devir-mercadoria, movimento social-empresa, mainstream-underground, performance-excesso etc. As narrativas ficcionais buscam operar sensibilizações e problematizações ético-políticas do constante deslizamento entre tais tensões, algo que se dá de forma paradoxal na composição da festa como experimentação urbana, reinventando cotidianamente a cidade. ...
Abstract
This work consists of a cartography of electronic music street parties in Porto Alegre, created through the author's memories of participating in events produced by the collectives Plano and Arruaça between 2022 and 2024. Starting from the intersection of party, city, and politics, the research delves into the movement of electronic music street parties that have emerged in contemporary Brazil, especially since the 2010s, when the issue of the right to the city was uniquely intertwined with cer ...
This work consists of a cartography of electronic music street parties in Porto Alegre, created through the author's memories of participating in events produced by the collectives Plano and Arruaça between 2022 and 2024. Starting from the intersection of party, city, and politics, the research delves into the movement of electronic music street parties that have emerged in contemporary Brazil, especially since the 2010s, when the issue of the right to the city was uniquely intertwined with certain artistic expressions, with street parties being one of the forms of urban occupation. The party emerges here as a collective, clinical-political, and paradoxical intervention that challenges and shifts the meanings of the city through the performance of its participants. Throughout the work, fictional narratives were created, linking lived experiences with a theoretical-political problematization of the notions of the right to the city, aiming to construct a sensitive-intelligible texture of the research process. From a perspective rooted in the study of subjectivity production processes, an attempt to access the realm of experience, two games were created for assembling the cartographic device: the "playing in the street" game and the "storytelling" game. These are methodological operations designed to treat the lived experience as material for fictional experimentation, both in the practice of occupying the city and in narrating it in text. Through an experimental approach to the research itself, the work explores the clinical-political potential of street parties and academic texts – as devices that provoke and shift experiences with the city. Fiction helps to give body to a set of paradoxes found in the experience of street parties, such as: party-work, colonization-decolonization, affirmation-appropriation, leisure-business, resistance-assimilation, escape-capture, becoming-commodity, social movement-business, mainstream-underground, performance-excess, and so on. The fictional narratives seek to operate ethical-political sensibilizations and problematizations of the constant slippage between these tensions, something that paradoxically occurs in the composition of the party as urban experimentation, reinventing the city on a daily basis. ...
Instituição
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Instituto de Psicologia. Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social e Institucional.
Coleções
-
Ciências Humanas (7682)
Este item está licenciado na Creative Commons License
