Tratamento probiótico e modulação da microbiota vaginal em vacas leiteiras não gestantes
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Data
2024Autor
Orientador
Co-orientador
Nível acadêmico
Mestrado
Tipo
Assunto
Resumo
A reprodução é um dos pilares fundamentais da produção leiteira e a saúde do trato reprodutivo é um dos pré-requisitos para se obter índices reprodutivos satisfatórios. As doenças uterinas são responsáveis por altas perdas econômicas devido à redução na produção de leite, menores taxas de concepção, aumento no intervalo parto-concepção e descarte de animais por falhas reprodutivas. O sistema de produção animal tem sido apontado por causar grande impacto à saúde pública devido ao massivo uso de ...
A reprodução é um dos pilares fundamentais da produção leiteira e a saúde do trato reprodutivo é um dos pré-requisitos para se obter índices reprodutivos satisfatórios. As doenças uterinas são responsáveis por altas perdas econômicas devido à redução na produção de leite, menores taxas de concepção, aumento no intervalo parto-concepção e descarte de animais por falhas reprodutivas. O sistema de produção animal tem sido apontado por causar grande impacto à saúde pública devido ao massivo uso de fármacos antimicrobianos no tratamento de doenças, contribuindo para resistência bacteriana. Neste sentido, novas alternativas têm sido estudadas, em humanos e animais, como opção à utilização de antibióticos. No presente estudo, avaliou-se a modulação da microbiota vaginal de vacas hígidas através da utilização de probióticos intravaginais, visando uma possível redução no uso de antimicrobianos. No primeiro estudo realizamos uma revisão bibliográfica acerca da utilização de probióticos intravaginais em vacas leiteiras, evidenciando que os trabalhos já publicados avaliaram os efeitos dos probióticos sobre o desenvolvimento de doenças no pós-parto, produção de leite e expressão de marcadores inflamatórios. Entretanto, os efeitos dos probióticos sobre a microbiota vaginal ainda não foram descritos. Dessa forma, no segundo estudo avaliamos os efeitos de cápsulas probióticas intravaginais sobre o pH e microbiota vaginal de vacas Jersey não gestantes. Lactobacillus rhamnossus administrados no grupo Probiótico se mantiveram viáveis até o D4, enquanto Lactobacillus reuteri não foi isolado da mucosa vaginal após o tratamento. O tratamento intravaginal no grupo Probiótico não foi capaz de modular o pH vaginal até o dia 14 e a microbiota vaginal em nenhum nível taxonômico (filo, família, gênero e espécie) no dia 7 após o tratamento (P>0,05). Alfa-diversidade, beta-diversidade e razão Firmicutes/Bacteroidota foram avaliados entre grupos e nenhuma diferença foi observada (P>0,05). Em conclusão, o tratamento com cepas probióticas de Lactobacillus rhamnossus e Lactobacillus reuteri não modulou a microbiota vaginal até o dia 7 pós-tratamento. Contudo, esta foi a primeira pesquisa a caracterizar a microbiota vaginal de animais tratados com bactérias ácido láticas e abre portas para melhor direcionamento de futuros estudos na área. ...
Abstract
Reproduction is one of the fundamental pillars of dairy production, and the health of the reproductive tract is a prerequisite for achieving satisfactory reproductive indices. Uterine diseases are responsible for significant economic losses due to reduced milk production, lower conception rates, increased calving-to-conception intervals, and culling of animals due to reproductive failures. The animal production system has been pointed out as having a major impact on public health due to the mas ...
Reproduction is one of the fundamental pillars of dairy production, and the health of the reproductive tract is a prerequisite for achieving satisfactory reproductive indices. Uterine diseases are responsible for significant economic losses due to reduced milk production, lower conception rates, increased calving-to-conception intervals, and culling of animals due to reproductive failures. The animal production system has been pointed out as having a major impact on public health due to the massive use of antimicrobial drugs in the treatment of diseases, contributing to bacterial resistance. In this context, new alternatives have been studied in humans and animals as options for antibiotic use. In the present study, we evaluated the modulation of the vaginal microbiota of healthy cows using intravaginal probiotics, aiming for a possible reduction in the use of antimicrobials. In the first study, we conducted a literature review on the use of intravaginal probiotics in dairy cows, highlighting that published works have evaluated the effects of probiotics on the development of postpartum diseases, milk production, and the expression of inflammatory markers. However, the effects of probiotics on vaginal microbiota have not yet been described. Thus, in the second study, we assessed the effects of intravaginal probiotic capsules on the pH and vaginal microbiota of non-pregnant Jersey cows. Lactobacillus rhamnosus administered in the Probiotic group remained viable until Day 4, while Lactobacillus reuteri was not isolated from the vaginal mucosa after treatment. The intravaginal treatment in the Probiotic group was unable to modulate vaginal pH until Day 14 and the vaginal microbiota at any taxonomic level (phylum, family, genus, and species) on Day 7 post-treatment (P>0.05). Alpha diversity, beta diversity, and the Firmicutes/Bacteroidota ratio were evaluated between groups, and no differences were observed (P>0.05). In conclusion, treatment with probiotic strains of Lactobacillus rhamnosus and Lactobacillus reuteri did not modulate the vaginal microbiota up to Day 7 post-treatment. However, this was the first research to characterize the vaginal microbiota of animals treated with lactic acid bacteria and opens the door for better direction of future studies in the area. ...
Instituição
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Faculdade de Veterinária. Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias.
Coleções
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Ciências Agrárias (3337)Ciências Veterinárias (1024)
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