O aumento das vulnerabilidades econômicas dos EUA frente aos BRICS e suas estratégias de reversão (2008-2019)

Abstract

O presente trabalho analisa a evolução das vulnerabilidades econômicas externas dos Estados Unidos (EUA) frente ao BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) no período de 2008 a 2019. Portanto, como problema de pesquisa, erige-se a questão sobre se tais vulnerabilidades dos EUA aumentaram, tanto em termos absolutos quanto relativos, no período de análise escolhido (2008-2019). Como a hipótese principal à pergunta de pesquisa, argumenta-se que houve um aumento do Índice de Vulnerabilidade Externa (IVE) estadunidense, tanto em termos absolutos quanto relativos, sobretudo, em relação à República Popular da China. Como hipótese secundária, argumenta-se que os EUA se utilizaram de estratégias comerciais, produtivo-tecnológicas e monetário-financeiras para conter seus rivais internacionais e tentar frear o aumento de seu IVE. Para esta pesquisa, tem-se como objetivo principal comparar o IVE dos EUA com o de cinco rivais internacionais, isto é, o BRICS, e como objetivo secundário analisar a formulação de estratégias empregadas pelos EUA para tentar frear ou reverter seu IVE em relação a seus principais competidores. No que toca à metodologia da dissertação, trata-se de um trabalho com abordagem tanto qualitativa quanto quantitativa, por coletar, calcular e avaliar o IVE dos EUA e das economias do BRICS; de um trabalho de natureza de pesquisa aplicada, por aplicar uma ferramenta desenvolvida por Reinaldo Gonçalves (2005) para calcular o IVE; de um trabalho de objetivos exploratórios, descritivos e explicativos, por explorar um tema novo com um método já aplicado anteriormente, descrever resultados e explicar possíveis causas; e de um trabalho de procedimentos experimentais, bibliográficos e documentais, por realizar um experimento estatístico, coletando dados em fontes bibliográficas e documentais oficiais. Como resultado, descobriu-se que o IVE dos EUA variou negativamente 64,11% de 2008 a 2019, aumentando, inclusive, sua vulnerabilidade externa em relação ao BRICS. Conclui-se, finalmente, que estes são possíveis sintomas do fim da ordem liberal internacional construída pelos EUA e do aumento da multipolaridade no Sistema Internacional.

The present work analyzes the evolution of the external economic vulnerabilities of the United States (USA) in relation to the BRICS (Brazil, Russia, India, China and South Africa) in the period from 2008 to 2019. Therefore, as a research problem, it raises the question of whether such US vulnerabilities increased, both in absolute and in relative terms, in the period of analysis (2008-2019). As the main hypothesis for the research question, it is argued that there was an increase in the American External Vulnerability Index (EVI), both in absolute and in relative terms, especially in relation to the People's Republic of China. As a secondary hypothesis, it is argued that the USA used commercial, productive-technological and monetary-financial strategies to contain its international rivals and to try to slow the increase in its EVI. For this research, the main objective is to compare the US EVI with that of five international rivals, that is, the BRICS, and as a secondary objective to analyze the strategies employed by USA to try to slow down or reverse its EVI in relation to its main competitors. Regarding the methodology of the thesis, it is a work with both a qualitative and quantitative approach, by collecting, calculating and evaluating the EVI of the USA and the BRICS economies; a work of an applied research nature, by applying tools developed by Reinaldo Gonçalves (2005) to calculate the EVI; working with exploratory, descriptive and explanatory objectives, by exploring a new topic with a method already applied previously, describing results and explaining possible causes; and a work on experimental, bibliographic and documentary procedures, for carrying out a statistical experiment collecting data from bibliographic and official document sources. As a result, it was discovered that the US EVI varied negatively by 64.11% from 2008 to 2019, even increasing its external vulnerability in relation to the BRICS. It is concluded, finally, that these are likely symptoms of the end of the liberal international order built by the USA and the increase in multipolarity in the International System.