Brasiliana esquizoanalítica : maquinações anticoloniais
Visualizar/abrir
Data
2022Autor
Orientador
Nível acadêmico
Doutorado
Tipo
Assunto
Resumo
Este é um trabalho que reencontra na Esquizoanálise uma máquina anticolonial. De O Anti-Édipo, a tese extrai a leitura do triângulo edipiano como signo da metafísica ocidental, que designaria não uma estrutura comum, mas a colonização do inconsciente pela axiomática capitalista e sua inscrição sobre fluxos do desejo. Dessa mesma obra a tese recolhe pistas para a tarefa analítica de pensar o desejo em termos políticos. Numa reencenação crítica do triângulo edipiano, o texto recorre a Lélia Gonza ...
Este é um trabalho que reencontra na Esquizoanálise uma máquina anticolonial. De O Anti-Édipo, a tese extrai a leitura do triângulo edipiano como signo da metafísica ocidental, que designaria não uma estrutura comum, mas a colonização do inconsciente pela axiomática capitalista e sua inscrição sobre fluxos do desejo. Dessa mesma obra a tese recolhe pistas para a tarefa analítica de pensar o desejo em termos políticos. Numa reencenação crítica do triângulo edipiano, o texto recorre a Lélia Gonzalez e a Mário de Andrade como perturbadores da neurose cultural brasileira, mostrando a imbricação entre colonialidade e racialização e viabilizando a concepção de um inconsciente maquínico, aberto aos ventos da história e às forças do socius. Um assombro diante da experiência esquizoanalítica no Brasil anima e movimenta a escrita da tese, que passa a pensar a terra em termos de geofilosofia e a indagar o país que resulta do encontro entre o antropófago e o esquizo. Embrenha-se em um Brasil-meio, que a esquizoanálise encontra ou inventa para se reterritorializar como numa anticolônia que resiste à edipianização. Na medida em que envolve o mapeamento de novos territórios existenciais, a tarefa de operar esquizoanaliticamente culmina no problema do ritmo, enquanto diferença constitutiva do ritornelo. Considerando a ruptura como o que capacita um ritornelo a fazer um território donde disparar em ressonância com outros meios, a tese coleciona rupturas que dialogam com o corte esquizo. No samba, encontra a síncopa: irrupção de um ritmo quebrado, necessariamente inusitado, conceito de corte que permite a subversão de uma lógica do inconsciente ancorada na castração. Elabora-se, assim, uma coletânea de rupturas criadoras: o pretuguês, a antropofagia, a Tropicália, o samba, a síncopa. Uma brasiliana de linhas de fuga da colonialidade. ...
Abstract
This is a work that reencounters schizoanalisys as an anticolonial machine. From The Anti- Oedipus, the thesis extracts a reading of the oedipal triangle as a sign of western metaphysics, which designates not a common structure, but the colonization of the unconscious by the axiomatics of capitalism and its inscription over desire flows. In this same ouvre, the thesis finds clues for the analytical task of thinking desire in political terms. In a satyrical reenacting of the oedipal triangle, th ...
This is a work that reencounters schizoanalisys as an anticolonial machine. From The Anti- Oedipus, the thesis extracts a reading of the oedipal triangle as a sign of western metaphysics, which designates not a common structure, but the colonization of the unconscious by the axiomatics of capitalism and its inscription over desire flows. In this same ouvre, the thesis finds clues for the analytical task of thinking desire in political terms. In a satyrical reenacting of the oedipal triangle, the text resorts to Lélia Gonzalez and Mario de Andrade as disturbers of Brazilian cultural neurosis, showing the imbrication between coloniality and racialization, while making way for conceiving a machinic unconscious, open to social forces and the winds of history. An astonishment concerning the schizoanalytical experience in Brazil animates and moves the writing of the thesis, which comes to think the land in geophilosophical terms, questioning the country which results from the encounter between the man-eater and the schizophrenic. It delves into a Brazil-milieu which schizoanalysis encounters or invents to reterritorializate itself as in an anti- colony resistant to oedipianization. While it favours the mapping of new existential territories, the task of operating schizoanalytically culminates in the problem of rhythm as a difference which constitutes a refrain. Considering rupture as enabling a refrain to make a territory from where to depart from, finding resonance with other milieus, the thesis collects ruptures which dialogue with the schizophrenic cut. In samba, it finds syncopation as the outbreak of a broken rhythm, necessarily unusual, concept of a cut allowing for the subversion of a logic of the unconscious based on castration. Thus, it goes on to collect a variety of creative ruptures: the pretuguês, antropophagy, Tropicália, samba, syncopation. A Braziliana of lines-of-flight departing ...
Instituição
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Instituto de Psicologia. Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social e Institucional.
Coleções
-
Ciências Humanas (7489)
Este item está licenciado na Creative Commons License