Propaganda e mito : o sonho americano e o (anti)comunismo na animação Make Mine Freedom

Abstract

O presente trabalho tem o intuito de entender as estratégias comunicacionais, em especial a propaganda, feitas pelos Estados Unidos durante a Guerra Fria para diminuir a influência soviética no mundo e proteger o Sonho Americano. Portanto, como objetivo geral, buscamos compreender como se constitui e propaga o Sonho Americano e como este se contrapõe ao comunismo. Para isso, buscamos identificar semelhanças deste mito com as suas concepções teóricas, uma narrativa criada de maneira não intencional que é sustentada por uma instituição de classe que se beneficia com sua manutenção (Barthes, 2013). Dentre os objetivos específicos, procuramos: 1) revisar as origens do Sonho Americano e as estratégias empregadas pelos Estados Unidos, durante a Guerra Fria, para defendê-lo e potencializá-lo; 2) analisar a animação Make Mine Freedom (1948) buscando indicadores de manifestações propagandísticas anticomunistas; 3) alinhar esses elementos com as concepções mitológicas. Para tal finalidade, a metodologia tem como base a revisão teórica que busca entender os conceitos acerca das mitologias sob o prisma da Comunicação Social, revisão documental, a fim de discutir aspectos históricos para contextualizar a história dos Estados Unidos e a sua participação na Guerra Fria, passando pelo cenário soviético e seu embate ideológico com os EUA, e, por fim, análise da situação narrativa a partir da animação Make Mine Freedom, em que buscaremos sete indicadores das manifestações mitológicas do sonho americano: vacina, omissão da história, identificação, tautologia, ninismo, quantificação de qualidade e constatação (Barthes, 2013). Como base teórica para esta monografia, foram utilizados, com relação ao mito e seu uso na política de imagem, autores como Barthes (2013), Girardet (1987), Jung (2012) e Campbell (1999). Com relação à história dos Estados Unidos, da União Soviética e da Guerra Fria, foram utilizados autores como Hobsbawm (1995), Saunders (2008), Losurdo (2010), Martens (2003) e Karnal (2015). Ao final desta monografia, há um apanhado da revisão documental e da análise empírica para entender como o anticomunismo foi ferramenta chave para a consolidação do modelo de vida norte-americano e sua propagação em todo o mundo.

The present work intends to understand the communicational strategies, especially propaganda, made by the United States during the Cold War to reduce the Soviet influence in the world and protect the American Dream. Therefore, as the overall objective, we seek to understand how the American Dream is constituted and propagated and how it opposes communism. For this, we seek to identify similarities of this myth with its theoretical conceptions, a narrative created unintentionally that is sustained by a class institution that benefits from its maintenance (Barthes, 2013). Among the specific objectives, Among the specific objectives, we sought to: 1) review the origins of the American Dream and the strategies employed by the United States during the Cold War to defend and enhance it; 2) analyze the animation Make Mine Freedom (1948) looking for indicators of anti-communist propagandistic manifestations; 3) align these elements with mythological conceptions. For this purpose, the methodology is based on the theoretical review that seeks to understand the concepts about mythologies from the perspective of Social Communication, document review, in order to discuss historical aspects to contextualize the history of the United States and its role in the Cold War , going through the history of URSS and their ideological clash with the USA, and, finally, content analysis (Bardin, 2016) from the animation Make Mine Freedom, in which we will look for indicators of the mythological manifestations of the American dream. As a theoretical basis for this monograph, authors such as Barthes (2013), Girardet (1987), Jung (2012) and Campbell (1999) were used in relation to myth and its use in image politics. Regarding the history of the United States, the Soviet Union and the Cold War, authors such as Hobsbawm (1995), Saunders (2008), Losurdo (2010), Martens (2003) and Karnal (2015) were used. At the end of this monograph, we make an overview of the documentary review and empirical analysis to understand how anticommunism was a key tool for the consolidation of the American way of life and its spread throughout the world.