O intervalo expresso na paisagem : descrição e narração no cinema de fluxo
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Data
2019Autor
Orientador
Nível acadêmico
Mestrado
Tipo
Assunto
Resumo
Dispersos pelo cinema contemporâneo (1990-hoje), alguns filmes identificados como cinema de fluxo apresentam uma singular construção da paisagem e de sua relação com a narrativa. Essa operação cinemática liberta certos elementos fílmicos de uma mera função narrativa para estabelecê-los como significações autônomas: nomeamos essa construção ou operação de intervalo. Para o estudo dos processos de significação do intervalo, nos aprofundamos em textos-chave da semiótica do cinema, principalmente n ...
Dispersos pelo cinema contemporâneo (1990-hoje), alguns filmes identificados como cinema de fluxo apresentam uma singular construção da paisagem e de sua relação com a narrativa. Essa operação cinemática liberta certos elementos fílmicos de uma mera função narrativa para estabelecê-los como significações autônomas: nomeamos essa construção ou operação de intervalo. Para o estudo dos processos de significação do intervalo, nos aprofundamos em textos-chave da semiótica do cinema, principalmente nos de Christian Metz (1980b, 2014), Pier Paolo Pasolini (1982) e Gilles Deleuze (1990, 2018). Com isso, obstinamos associar as teorias do cinema de fluxo à perspectiva semiótica – em especial, com a releitura das teses sobre o sintagma e a escrita fílmica, de Metz. Também traçamos um conceito de intervalo a partir do debate em torno da descrição e da narração, especialmente nos textos de Metz (2014) e Deleuze (1990). E articulamos o conceito de intervalo com a ideia de autonomia da paisagem, trabalhando sobre os textos de Dziga Vertov (1983b), Serguei Eisenstein (1987), Ernst Gombrich (1990) e Jacques Aumont (2004). Dos 21 filmes levantados em nosso estado da arte, destacamos 21 sintagmas nos quais reconhecemos a operação do intervalo na paisagem. Por fim, distribuímos os sintagmas conforme uma diacronia de intensidade da ideia de intervalo, identificando três categorias: intervalos que se submetem à narrativa; intervalos que tensionam a narrativa; e intervalos que explodem a narrativa. Por meio dessa análise descobrimos que há uma tendência singular no cinema de fluxo rumo a uma autonomia da descrição que deixa a narrativa em ruínas. ...
Abstract
Scattered around contemporary cinema (1990-today), some films identified as flow cinema show a unique construction of landscape and its relation with narrative. This cinematic operation releases certain filmic elements from being a mere narrative function and establishes them with autonomous meaning: we name this construction or operation as interval. To study the interval’s meaning processes, we sank deep in key texts on film semiotics, mostly Christian Metz’s (1980b, 2014), Pier Paolo Pasolin ...
Scattered around contemporary cinema (1990-today), some films identified as flow cinema show a unique construction of landscape and its relation with narrative. This cinematic operation releases certain filmic elements from being a mere narrative function and establishes them with autonomous meaning: we name this construction or operation as interval. To study the interval’s meaning processes, we sank deep in key texts on film semiotics, mostly Christian Metz’s (1980b, 2014), Pier Paolo Pasolini’s (1982) and Gilles Deleuze’s (1990, 2018). Thereby we obstinately associated flow cinema theory and the semiotic perspective – specially along with the rereading of Metz’s theses on syntagm and film writing. We also drew a concept of interval starting from the debate on description and narration, specially as written by Metz (2014) and Deleuze (1990). And we mingled the concept of interval with the idea of landscape autonomy, working with texts by Dziga Vertov (1983b), Sergei Eisenstein (1987), Hans Gombrich (1990) and Jacques Aumont (2004). Out of 21 films raised by our state of art, we highlighted 21 syntagms in which we recognized the interval operating in the landscape. Finally we distribute the syntagms according to a diachrony of intensity of the idea of interval, identifying three categories: intervals that submit to narrative; intervals that tense the narrative; and intervals that explode narrative. We found out through this analysis that there is a singular trend in flow cinema towards the autonomy of description that leaves narrative in ruins. ...
Instituição
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação. Programa de Pós-Graduação em Comunicação.
Coleções
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Ciências Sociais Aplicadas (6059)Comunicação e Informação (597)
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