A relação entre a presença de sintomas depressivos pós-parto e o tempo e tipo de amamentação em mulheres com diagnóstico de diabetes mellitus gestacional

Abstract

Objetivo: O presente estudo tem como objetivo primário avaliar a relação entre o tipo e tempo de aleitamento materno (AM) e a severidade de sintomas depressivos pós-parto (SDPP) em mulheres com e sem o diagnóstico de Diabetes mellitus Gestacional (DMG). Método: Trata-se de um estudo observacional retrospectivo longitudinal, com amostra de conveniência de puérperas com e sem o diagnóstico de DMG parte do Estudo IVAPSA - “Impacto das variações do ambiente perinatal sobre a saúde do recém-nascido (RN) nos primeiros seis meses de vida. Para mensurar os SDPP foi utilizada a Escala de depressão pós-parto de Edimburgo (EPDS). A amamentação foi classificada em três tipos: aleitamento exclusivo (AME), aleitamento misto e não amamenta. As participantes foram acompanhadas por seis meses após o parto em um total de três entrevistas. Resultados: Foram analisadas 236 mulheres, das quais, a maioria era branca (62,3%), com idade entre 20 e 34 anos (66,5%), com 9 a 11 anos de estudo (55,9%) e viviam com companheiro (84,8%). No que se refere a saúde mental, a prevalência de sintomas depressivos do grupo total foi de 11,4%, 7,2% e 4,2% no 1º, 3º e 6º mês pós-parto, respectivamente. Quanto às práticas de AM, a prevalência do AME na amostra geral no 1º, 3º e 6º mês pós-parto foi de 49,2%, 37,3% e 23,7%, respectivamente. No 1º mês, menor proporção de mulheres do grupo DMG estavam em AME quando comparadas às do grupo controle (37,1% vs. 54,2%; P=0,018). A cada ponto adicional na escala EPDS no 3º mês pós-parto, a probabilidade das mães com DMG estarem em AM misto e de não estarem amamentando no 6º mês pós-parto em comparação ao AME aumentou em 22% (OR ajustada: 1,22; IC95%: 1,01-1,48) e 25% (OR ajustada: 1,25; IC95%: 1,01-1,54), respectivamente. Conclusão: A prevalência de sintomas depressivos foi maior no 1º mês pós-parto e associada a menores taxas de AME, especialmente em mulheres com DMG. Cada ponto adicional na escala EPDS no 3º mês aumentou as chances de práticas de amamentação não exclusivas ou ausência de amamentação no 6º mês.

Objective: The primary aim of this study was to evaluate the relationship between the type and duration of breastfeeding (BF) and the severity of postpartum depressive symptoms in women with and without a diagnosis of Gestational Diabetes mellitus (GDM). Methods: This study is part of a research project titled "Impact of Perinatal Environmental Variations on Newborn Health in the First Six Months of Life – IVAPSA Study." It is a retrospective longitudinal observational study with a convenience sample of postpartum women with and without GDM. The Edinburgh Postnatal Depression Scale (EPDS) was used to assess postpartum depressive symptoms. Breastfeeding was classified into three types: exclusive breastfeeding (EBF), mixed breastfeeding, and non-breastfeeding. The participants were followed for six months after delivery, with a total of three interviews. Results: A total of 236 women were analyzed, with the majority being white (62.3%), aged between 20 and 34 years (66.5%), having 9 to 11 years of education (55.9%), and living with a partner (84.8%). Regarding mental health, the prevalence of depressive symptoms in the total group was 11.4%, 7.2%, and 4.2% at the 1st, 3rd, and 6th months postpartum, respectively. As for breastfeeding practices, the prevalence of EBF in the overall group at the 1st, 3rd, and 6th months postpartum was 49.2%, 37.3%, and 23.7%, respectively. It was also observed that, in the 1st month, a smaller proportion of women in the GDM group were exclusively breastfeeding compared to the control group (37.1% vs. 54.2%; P=0.018). For each additional point on the EPDS at the 3rd month postpartum, the probability of mothers with GDM being in mixed breastfeeding or not breastfeeding at the 6th month postpartum, compared to EBF, increased by 22% (adjusted OR: 1.22; 95% CI: 1.01-1.48) and 25% (adjusted OR: 1.25; 95% CI: 1.01-1.54), respectively. Conclusion: The prevalence of depressive symptoms was higher in the 1st month postpartum and was associated with lower rates of EBF, especially in women with GDM. Each additional point on the EPDS scale in the 3rd month increased the likelihood of non-exclusive breastfeeding or no breastfeeding in the 6th month.