Barreiras de acesso ao Sistema Único de Saúde : desafios enfrentados pelas travestis e pessoas trans

Abstract

O Brasil é o país que mais matou as travestis e as pessoas trans nos últimos quinze anos. Além disso, diversas violações de direitos são cometidas quando essas pessoas buscam as mais diversas políticas públicas, inclusive as da pasta da saúde. Levando este fato em consideração, esta pesquisa buscou investigar quais são as barreiras de acesso aos serviços públicos de saúde enfrentadas pelas travestis e pessoas trans no Brasil encontradas na literatura científica brasileira, assim como compreender quais são os maiores efeitos causados em suas vidas quando estas não acessam os serviços do SUS. Esta pesquisa foi realizada a partir de uma revisão integrativa da literatura com artigos publicados entre 2015 e 2023. A análise dos dados considerou formas de análises qualitativas do conteúdo. Como resultado e discussão, foram identificadas as categorias: barreiras de acesso; efeitos causados pelas barreiras; orientações/sugestões para eliminá-las ou minimizá-las e políticas públicas existentes. Conclui-se que a falta de acesso afeta os princípios basilares do SUS e que a práxis dos profissionais de saúde precisa ser direcionada por um projeto ético-político.

Brazil is the country that has killed the most transvestites and trans people in the last fifteen years. In addition, several rights violations are committed when these people seek the most diverse public policies, including those in the health sector. Taking this fact into consideration, this research sought to investigate what barriers to access to public health services are faced by transvestites and trans people in Brazil found in the Brazilian scientific literature, as well as to understand what are the greatest effects caused in their lives when they do not access the Unified Health System (SUS) services. This research was carried out based on an integrative literature review with articles published from 2015 up to 2023. Data analysis considered forms of qualitative content analysis. As a result and discussion, the following categories were identified: access barriers; effects caused by barriers; guidelines/suggestions to eliminate or minimize them; and existing public policies. It is concluded that the lack of access affects the basic principles of SUS and that the praxis of health professionals needs to be guided by an ethical-political project.