E o planejamento serve para que? narrativas de professoras de anos iniciais do ensino fundamental sobre a organização do planejamento escolar na prática pedagógica – um estudo de dois casos

Abstract

Este Trabalho de Conclusão de Curso tem como objetivo analisar como professoras e supervisoras dos anos iniciais do Ensino Fundamental - de duas escolas públicas da rede municipal e estadual de ensino de Porto Alegre/RS, elaboram e organizam os seus planejamentos na prática do seu fazer docente. Além disso, pretende identificar quais são as principais modalidades de organização de ensino utilizadas por elas e verificar se existem momentos de encontro entre as docentes para trocas de experiências e reflexão sobre suas práticas. Trata-se de uma pesquisa de caráter descritivo com abordagem qualitativa e a metodologia configura-se em um estudo de dois casos. A coleta de dados deu-se através de entrevista compreensiva (semiestruturada) com as participantes. Sendo assim, a seção de análises está dividida em quatro subseções, a saber: Sem planejamento dá tudo errado: A importância do planejamento como prática docente; O trabalho triplicou: a demanda do planejamento; É um sentimento assim de um pouco de ansiedade: Sentimentos em torno do planejamento; supervisor, geralmente, todo mundo tem um olhar ruim: o papel da supervisão escolar. Concluiu-se que existe um hiato na formação inicial dos jovens professores correlacionada com a responsabilidade dos professores experientes quando os jovens ingressam no mundo da escola. Há, também, uma significativa desvalorização da profissão e o consentimento (a conformidade) por parte dos professores às suas condições de trabalho que os desvalorizam enquanto profissionais, ou mesmo, até que ponto estão satisfeitos e realizados na profissão escolhida, mesmo sendo submetidos, muitas vezes, a condições precárias de trabalho. Depreende-se também que certo é que está se formando uma geração de novos professores desmotivados e insatisfeitos com a realidade atual das condições de trabalho impostas, presumindo-se que, caso não haja mudanças de conjuntura deste cenário estaremos condenados a um futuro “apagão” de professores no Brasil.