Detecção de nódulos pulmonares subsólidos em população ambulatorial submetida à tomografia de tórax antes e durante a pandemia COVID-19
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Data
2024Autor
Orientador
Nível acadêmico
Doutorado
Tipo
Assunto
Resumo
Base teórica: Nódulos subsólidos (NSS) são frequentemente detectados como achados incidentais em pacientes realizando Tomografia Computadorizada (TC) de tórax, com prevalências variáveis na literatura, chegando até 19% em pacientes realizando screening para câncer de pulmão. Essas lesões são significativas devido ao seu risco de malignidade e potencial de diagnóstico precoce devido ao longo tempo de evolução, tendo sido mais relatadas a partir dos anos 2000 pelos avanços tecnológicos da imagem ...
Base teórica: Nódulos subsólidos (NSS) são frequentemente detectados como achados incidentais em pacientes realizando Tomografia Computadorizada (TC) de tórax, com prevalências variáveis na literatura, chegando até 19% em pacientes realizando screening para câncer de pulmão. Essas lesões são significativas devido ao seu risco de malignidade e potencial de diagnóstico precoce devido ao longo tempo de evolução, tendo sido mais relatadas a partir dos anos 2000 pelos avanços tecnológicos da imagem e de grandes estudos com protocolos de screening. A pandemia COVID-19 trouxe novos desafios na avaliação desses nódulos em pacientes com suspeita ou confirmação do quadro viral, devido à sobreposição dos achados de imagem. Objetivos: Avaliar a frequência e comparar a detecção de NSS em pacientes ambulatoriais que realizaram TC de tórax em período contínuo de um mês em 2019 (prévio à pandemia COVID-19) e em 2020 (durante a pandemia), e correlacionar com dados epidemiológicos. Métodos: Avaliação retrospectiva de todas as TC de tórax ambulatoriais realizadas no Serviço de Radiologia do Hospital Moinhos de Vento durante os meses de setembro de 2019 e de setembro de 2020 (amostra por conveniência). O motivo do exame foi variado, conforme solicitação de médicos assistentes (incluindo população com e sem fatores de risco para câncer de pulmão, pacientes em seguimento oncológico, e com suspeita de pneumonia viral em 2020). Os exames foram avaliados por radiologista torácico com 10 anos de experiência. Foram registrados o número de pacientes com NSS, número e características destes por paciente, e correlacionado com informações epidemiológicas coletadas de questionário preenchido pelo paciente e de solicitações médicas, visando a comparação das amostras. Resultados: A detecção de NSS no mês de setembro de 2019 em 650 TC de tórax válidas foi de 10.6% (prévio à pandemia), e no mês de setembro de 2020 em 760 TC válidas foi de 7.9% (durante a pandemia). Em setembro de 2020, houve aumento de 16.9% de TC válidas, e 24% dos pacientes ambulatoriais tinham história ou suspeita de COVID-19 (subpopulação “COVID-19”). A detecção de NSS nesta subpopulação foi de 6,7%. Apesar da menor detecção de NSS na amostra de pacientes de 2020, não houve significância estatística neste achado nesta metodologia de estudo. Nas amostras predominou o sexo feminino, com maior significância estatística na subpopulação positiva para NSS. Os pacientes positivos para NSS na população de 2019 tiveram estatisticamente faixa etária mais alta. Não houve correlação estatística nas amostras de NSS para história de tabagismo ou história oncológica pessoal. Conclusão: Apesar da ausência de significância estatística neste estudo, a menor detecção de NSS na avaliação de TC realizadas em pacientes durante a pandemia COVID-19 não refuta a hipótese de subdiagnóstico, considerando-se a sobreposição de achados da patologia viral com lesões de natureza (pré) maligna. A maior detecção de lesões subsólidas em pacientes do sexo feminino e de maior faixa etária foi independente do “status” COVID-19, e não teve correlação direta com história de tabagismo ou sintomas respiratórios, sugerindo que mesmo em avaliação “single round”, essas características se relacionem a lesões pulmonares subsólidas persistentes, com potencial de malignidade do espectro de adenocarcinoma pulmonar. ...
Abstract
Background: Subsolid Nodules (SSN) are frequently detected as incidental findings in Chest CT examinations, with variable estimated frequencies, reaching up to 19% in lung cancer screening settings. Since 2000, these lesions have been more consistently described due to advances in CT technology, an increasing number of exams, and positive results of lung cancer screening studies. Special attention is given to subsolid lesions due to their high risk of malignancy when persistent, a potential win ...
Background: Subsolid Nodules (SSN) are frequently detected as incidental findings in Chest CT examinations, with variable estimated frequencies, reaching up to 19% in lung cancer screening settings. Since 2000, these lesions have been more consistently described due to advances in CT technology, an increasing number of exams, and positive results of lung cancer screening studies. Special attention is given to subsolid lesions due to their high risk of malignancy when persistent, a potential window for early-stage lung cancer diagnosis. It became a challenge during the COVID-19 pandemic to evaluate these nodules in respiratory ill patients suspected or confirmed with viral disease due to the overlap of imaging findings. Purpose: To estimate and compare SSN detection in Chest CT of outpatients before and during the COVID-19 pandemic, and correlate with epidemiological data. Methods: Retrospective analysis of all Chest CTs performed in adult ambulatorial patients during the entire month of September 2019 (pre-COVID-19 pandemic) and September 2020 (during the pandemic) (convenience samples). The population included patients with or without lung cancer risk factors, in cancer follow-up, and suspicion of viral pneumonia in 2020. Images were reviewed by a thoracic radiologist with 10 years of expertise. SSN presence, number, and characteristics per patient were registered and correlated with epidemiological data derived from patient-filled questionnaires and medical referrals, to compare the samples. Results: 650 Chest CTs were analyzed in September 2019 (pre-pandemic) with 10.6% detected SSN. 760 Chest CTs were analyzed in September 2020 (during the pandemic) with 7.9% detected SSN. There was an increment in the number of ambulatorial exams by 16.9%, and 24% of ambulatorial patients in September 2020 revealed suspected, past, or ongoing COVID-19 disease. NSS prevalence in this population was 6.7%. Despite the differences, there was no statistical significance. Women had more SSNs in the samples, independently of COVID-19 status, as well as older patients. Conclusion: Despite the absence of statistical significance in our study, fewer SSNs were detected in patients who underwent exams during the COVID-19 pandemic in comparison to the pre-pandemic period, so the hypothesis of underdiagnosis of (pre) malignant lesions is not refuted. The predominant detection of SSN in women and older patients, and the lack of direct correlation with smoking history or respiratory symptoms in this study, can correlate to these particular patients having a higher risk for persistent (pre) neoplastic lung disease, even without fulfilling the criteria for screening population. ...
Instituição
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Faculdade de Medicina. Programa de Pós-Graduação em Ciências Pneumológicas.
Coleções
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Ciências da Saúde (9093)Pneumologia (501)
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