Harmonização de dados de consumo alimentar na gestação e a relação entre a frequência de consumo de frutas e vegetais e desfechos infantis : Consórcio Brasileiro de Nutrição Materno Infantil
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Data
2024Autor
Orientador
Co-orientador
Nível acadêmico
Doutorado
Tipo
Assunto
Resumo
Introdução: A harmonização de dados de consumo alimentar permite que variáveis de diferentes estudos sejam padronizadas para unidades semelhantes, resultando em conjuntos de dados comparáveis capazes de responder a questões relacionadas à dieta materna e seus determinantes de saúde materna, neonatal e infantil. Objetivos: Descrever o método aplicado no processo de harmonização dos dados de marcadores de consumo alimentar (MCA) e questionários de frequência alimentar (QFA) de gestantes do Consór ...
Introdução: A harmonização de dados de consumo alimentar permite que variáveis de diferentes estudos sejam padronizadas para unidades semelhantes, resultando em conjuntos de dados comparáveis capazes de responder a questões relacionadas à dieta materna e seus determinantes de saúde materna, neonatal e infantil. Objetivos: Descrever o método aplicado no processo de harmonização dos dados de marcadores de consumo alimentar (MCA) e questionários de frequência alimentar (QFA) de gestantes do Consórcio Brasileiro de Nutrição Materno-Infantil (CONMAI) e avaliar a associação entre frutas e vegetais e os desfechos peso ao nascer, baixo peso ao nascer (BPN), pequeno para a idade gestacional (PIG) e parto prematuro. Métodos: Este estudo, de natureza descritiva e analítica, envolveu a harmonização de dados de 12 estudos primários pertencentes ao CONMAI. Foram criados dois bancos de dados distintos, divididos pelo método de coleta, MCA e QFA. Para padronizar as respostas do MCA, as categorias foram reorganizadas da seguinte forma: 0 para "nunca/quase nunca", 1 para "1-4 dias por semana" e 2 para ">= 5 dias por semana". No caso dos dados do QFA, foram geradas variáveis derivadas dos alimentos originais, representadas em gramas (g) por dia. Para frutas e vegetais, também foram expressas em termos de frequência diária. Em ambos os bancos de dados (MCA e QFA), foi conduzida uma análise da distribuição das novas categorias por estudo, e no banco final. Além disso, uma análise de heterogeneidade foi realizada utilizando modelos de análise multinível. A detecção de outliers foi efetuada com base na distribuição da amostra, restrita ao banco de dados do QFA. Para investigar a associação entre o consumo de frutas e vegetais e o peso ao nascer, bem como a prematuridade, foram empregados modelos de regressão linear e logística ajustados. Resultados: Os dados harmonizados foram coletados entre os anos de 2006 e 2014, com os conjuntos de dados do MCA incluindo 8 estudos (n=5.484 gestantes) e o banco de QFA 4 estudos (n=1.759 gestantes). Após a recategorização, a distribuição das variáveis revelou frequências semelhantes entre as categorias de consumo na maioria dos alimentos em ambos os bancos de dados, MCA e QFA, embora tenham sido observadas maiores diferenças nos consumos de sucos naturais, refrigerantes e bebidas adoçadas no MCA, e de vegetais folhosos, bebidas adoçadas e refrigerantes no QFA. As análises de heterogeneidade indicaram variação no consumo de menos de 0,01% para o feijão (MCA) a 15,5% para frutas e sucos naturais (QFA). Entre as gestantes que consumiam vegetais de 1 a 4 dias por semana, houve uma redução de 36% na chance de BPN (OR 0,64; IC95% 0,42-0,99; p=0,047) e uma redução de 34% para aquelas que consumiam 5 dias ou mais (OR 0,66; IC95% 0,44-0,99; p=0,047) em comparação com as que não consumiam, no entanto essas diferenças não se mantiveram estatisticamente significativas após os ajustes. Nos dados do QFA, cada aumento na frequência diária de consumo de frutas resultou em um aumento de 29 g no peso do recém-nascido após ajustes (IC95% 11- 47; p = 0,001). Não foi encontrada associação entre o consumo de frutas e vegetais e a chance de PIG ou parto prematuro em ambos os bancos de dados. Conclusões: A harmonização dos dados de consumo alimentar mostrou-se viável e foi observada associação entre maior consumo de frutas e maior peso ao nascer usando dados do QFA. ...
Abstract
Introduction: Data harmonisation of food consumption allows variables from different studies to be standardised to similar units, resulting in comparable datasets capable of addressing questions related to maternal diet and its determinants of maternal, neonatal, and infant health. Objectives: To describe the process of harmonising data from food consumption screeners (FCS) and food frequency questionnaires (FFQ) from pregnant women in the Brazilian Consortium of Maternal and Child Nutrition (C ...
Introduction: Data harmonisation of food consumption allows variables from different studies to be standardised to similar units, resulting in comparable datasets capable of addressing questions related to maternal diet and its determinants of maternal, neonatal, and infant health. Objectives: To describe the process of harmonising data from food consumption screeners (FCS) and food frequency questionnaires (FFQ) from pregnant women in the Brazilian Consortium of Maternal and Child Nutrition (CONMAI) and to evaluate the association between fruits and vegetables and birth outcomes such as birth weight, low birth weight (LBW), small for gestational age (SGA), and preterm birth. Methods: This descriptive and analytical study involved data harmonisation from 12 primary studies belonging to CONMAI. The data were separated into two distinct databases, divided by collection method, FCS and FFQ. To standardise FCS responses, categories were reorganised as follows: 0 for "never/almost never", 1 for "1-4 days per week", and 2 for ">= 5 days per week". Regarding the QFA data, derived variables from the original food items were created, expressed in grams (g) per day. For fruits and vegetables, they were also expressed in terms of daily frequency. In both FCS and FFQ databases, an analysis of the distribution of new categories per study and in the final database was conducted. Additionally, heterogeneity analysis was performed using multilevel analysis models. Outlier detection was based on sample distribution, restricted to the FFQ database. Linear and logistic regression models adjusted to investigate the association between fruit and vegetable consumption and birth weight as well as preterm birth. Results: Harmonised data were collected between 2006 and 2014, with FCS datasets including 8 studies (n=5,484 pregnant women) and the FFQ database including 4 studies (n=1,759 pregnant women). After recategorisation, the distribution of variables revealed similar frequencies among consumption categories for most foods in both FCS and FFQ databases, although greater differences were observed in the consumption of natural juices, soft drinks, and sweetened beverages in FCS, and leafy vegetables, sweetened beverages, and soft drinks in FFQ. Heterogeneity analyses indicated variation in consumption, with values ranging from less than 0.01% for beans (FCS) to 15.5% for fruits and natural juices (FFQ). Among pregnant women consuming vegetables 1-4 days per week, there was a 36% reduction in the odds of LBW (OR 0.64; 95% CI 0.42-0.99; p=0.047) and a 34% reduction for those consuming 5 days or more (OR 0.66; 95% CI 0.44-0.99; p=0.047) compared to those who did not consume, although these differences did not remain statistically significant after adjustments. In FFQ data, each increase in daily frequency of fruit consumption resulted in a 29g increase in newborn weight after adjustments (95% CI 11-47; p = 0.001). No association was found between fruit and vegetable consumption and the odds of SGA or preterm birth in both databases. Conclusions: Data harmonisation of food consumption proved feasible and the significant finding of an association between higher fruit consumption and higher birth weight, based on FFQ data, is highlighted. ...
Instituição
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Faculdade de Medicina. Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia.
Coleções
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Ciências da Saúde (9068)Epidemiologia (467)
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