Prevalência de infecções por Candida spp. em dois hospitais do oeste de Santa Catarina : uma análise no período pré pandêmico e pandêmico

Abstract

O objetivo geral desse trabalho foi verificar a prevalência de infecções por Candida spp. em dois hospitais do oeste de Santa Catarina no período pré pandêmico e pandêmico da COVID-19, através de um estudo descritivo, de caráter retrospectivo de resultados de exames de cultura fúngica e antifungigrama positivos para Candida spp. emitidos pelos laboratórios de microbiologia de ambos os hospitais. No presente estudo procuramos avaliar se houveram mudanças no cenário de incidência de Candida spp. com a chegada da COVID-19 ou se a pandemia não foi capaz de alterar o cenário já existente. Foram identificados 187 casos de Candida spp. no hospital 1, sendo 63 (33,7%) pertencentes ao grupo de pacientes com COVID-19, e 501 episódios de Candida spp. no hospital 2, sendo 158 (31,5%) pertencentes ao grupo de pacientes com COVID-19, a maioria dos pacientes com Candida spp. e com COVID- 19 foram provenientes da UTI, e a maior parte dos isolados de Candida spp. deram-se de amostras respiratórias e urinárias. A Candida albicans foi a espécie mais prevalente entre os dois hospitais, com perfil altamente sensível. Os dados encontrados são condizentes com a maioria das regiões do Brasil e do mundo e demonstram que a pandemia da COVID-19 não foi capaz de alterar o perfil de sensibilidade e não diversificou as espécies de Candida spp. já prevalentes. Apesar do estudo não conseguir afirmar fatores como colonização, infecção e mortalidade por Candida spp. os resultados dessa pesquisa podem contribuir com o perfil epidemiológico do Oeste de Santa Catarina, e que, embora a pandemia da COVID-19 tenha encerrado, estratégias possam ser elaboradas para melhorar o diagnóstico e tratamento dessas infecções em pacientes considerados grupos de risco (Internação em UTI, corticoterapia, dispositivos invasivos, imunossupressão).

The general objective of this work was to verify the prevalence of infections by Candida spp. in two hospitals in the west of Santa Catarina in the pre-pandemic and pandemic period of COVID-19, through a descriptive, retrospective study of positive fungal culture and antifungigram results for Candida spp. issued by the microbiology laboratories of both hospitals. In the present study, we sought to assess whether there have been changes in the Candida spp. with the arrival of COVID-19 or if the pandemic has not been able to change the already existing scenario. 187 cases of Candida spp. at hospital 1, 63 (33.7%) belonging to the group of patients with COVID-19, and 501 episodes of Candida spp. at hospital 2, 158 (31.5%) belonging to the group of patients with COVID-19, most patients with Candida spp. and with COVID-19 came from the ICU, and most Candida spp. were given from respiratory and urinary samples. Candida albicans was the most prevalent species between the two hospitals, with a highly sensitive profile. The data found are consistent with most regions of Brazil and the world and demonstrate that the COVID-19 pandemic was not able to change the sensitivity profile and did not diversify the species of Candida spp. already prevalent. Although the study was unable to state factors such as colonization, infection and mortality by Candida spp. the results of this research can contribute to the epidemiological profile of the West of Santa Catarina, and that, although the COVID-19 pandemic has ended, strategies can be developed to improve the diagnosis and treatment of these infections in patients considered at risk groups (Hospitalization in ICU, corticosteroid therapy, invasive devices, immunosuppression).