Avaliação do perfil de resistência de patógenos causadores de infecções urinárias e sua associação com a urinálise

Abstract

As infecções do trato urinário (ITUs) constituem uma preocupação global em saúde, caracterizando-se como um desafio à saúde pública. Estas infecções manifestam-se através de dinâmicas clínicas complexas, exercendo impacto abrangente sobre uma diversificada gama demográfica, que engloba indivíduos de distintas faixas etárias, independentemente do seu estado de saúde. As ITUs frequentemente figuram como um elemento crítico no contexto da utilização e prescrição de antibióticos, especialmente em serviços de emergência pediátrica e obstetrícia. O presente estudo tem como objetivo investigar as inter-relações entre os resultados obtidos a partir de uroculturas e exame qualitativo de urina, bem como definir os perfis de suscetibilidade dos uropatógenos identificados em pacientes hospitalizados, em um centro terciário de referência no atendimento materno-infantil. Inicialmente, 1262 pacientes foram considerados para o estudo, entretanto somente 404 pacientes foram elegíveis para a inclusão no estudo. Os agrupamentos de pacientes dentro da população do estudo foram caracterizados da seguinte forma: (1) Grupo Pediátrico (PED), (2) Grupo de Gestantes (PREG) e (3) Grupo de Adultos (ADT). Esses agrupamentos de pacientes facilitam a análise de padrões diversos, suscetibilidade e respostas a infecções do trato urinário com base na idade e no estado fisiológico. Os agrupamentos de pacientes dentro da população do estudo foram caracterizados da seguinte forma: (1) Grupo Pediátrico (PED), (2) Grupo de Gestantes (PREG) e (3) Grupo de Adultos (ADT). Esses agrupamentos de pacientes facilitam a análise de padrões diversos, suscetibilidade e respostas a infecções do trato urinário com base na idade e no estado fisiológico. Os resultados indicam conexões entre a presença de bactérias, hemácias, nitritos e pH, associados aos quatro patógenos de maior prevalência encontrados neste estudo: Escherichia coli foi o patógeno mais prevalente, seguido por Proteus mirabilis, Enterococcus spp. e Klebsiella pneumoniae. Em relação ao perfil de susceptibilidade, os patógenos isolados apresentaram uma susceptibilidade global de 43,31%. E. coli apresentou susceptibilidade de >60%. Dos 48 isolados de P. mirabilis, apenas 22,91% foram susceptíveis, enquanto que K. pneumoniae apresentaram a menor taxa de susceptibilidade (10%). Dentre os antibióticos testados, os isolados apresentaram um perfil de resistência maior a ampicilina e ampicilinasulbactam. Os antibióticos mais frequentemente prescritos foram os de primeira geração de β- lactâmicos, como cefalexina e ampicilina, e segunda geração de β-lactâmicos representada por cefuroxima, seguido por nitrofurantoína. Durante o período de pesquisa, nenhum óbito foi registrado, no entanto, alguns casos de reinfecções foram identificados. Esta pesquisa destaca a importância do diagnóstico multidisciplinar e integrado na tomada de decisões sobre os tratamentos de ITUs, aliado às características do patógeno e de suscetibilidade aos antibióticos. Estratégias dessa natureza desempenham um papel crucial na gestão e prevenção eficaz das ITUs recorrentes, ao mesmo tempo que contribuem para mitigar a administração inadequada de antibióticos.

Urinary tract infections (UTIs) represent a global health concern, posing a challenge to public health. These infections manifest through complex clinical dynamics, exerting a broad impact across diverse demographic groups, encompassing individuals of varying ages, regardless of their health status. UTIs often feature as a critical element in the context of antibiotic utilization and prescription, particularly in pediatric and obstetric emergency departments. This study aims to investigate the relationship between results derived from urine cultures and qualitative urine analysis, and delineate the susceptibility profiles of identified uropathogens in hospitalized patients at a tertiary reference center for maternal and child care. Initially, 1262 patients were considered for the study; however, only 404 patients were eligible for inclusion. Patient groupings within the study population were characterized as follows: (1) Pediatric Group (PED), (2) Pregnant Group (PREG), and (3) Adult Group (ADT). These patient groupings facilitate the examination of diverse patterns, susceptibility, and responses to urinary tract infections based on age and physiological status. The results indicate connections between the presence of bacteria, red blood cells, nitrites, and pH, associated with the four most prevalent pathogens found in this study: Escherichia coli was the most prevalent pathogen, followed by Proteus mirabilis, Enterococcus spp., and Klebsiella pneumoniae. Regarding susceptibility profile, the isolated pathogens indicated an overall susceptibility of 43.31%. E. coli displayed > 60% of susceptibility. Of the 48 P. mirabilis isolates, only 22.91% were susceptible, while K. pneumoniae recorded the lowest susceptibility rate (10%). Among the antibiotics tested, the isolates presented higher resistance to ampicillin and ampicillin-sulbactam. The most frequently prescribed antibiotics were first-generation β-lactams, such as cephalexin and ampicillin, as well as second-generation β-lactams represented by cefuroxime, followed by nitrofurantoin. During the research period, no deaths were recorded, however, some cases of reinfections were identified. This research underscores the importance of a multidisciplinary and integrated diagnostic approach in making decisions regarding UTI treatments, aligned with pathogen characteristics and antibiotic susceptibility. Strategies of this nature play a pivotal role in effectively managing and preventing recurrent UTIs, while also contributing to mitigating the inappropriate administration of antibiotics.