O Mundo está fazendo muito barulho! espacialidades e vivências de [com] crianças-migrantes-estrangeiras

Abstract

Constituído como destrajetos, este é um estudo com muitos barulhos. Barulhos do viver, entre crianças-migrantes-estrangeiras e adultos, que juntos se propõem a aprender, vivenciar paisagens, espacialidades e lugares que constituem novos modos de pensar e habitar as geografias. Buscou a compreensão de como as crianças, produtoras de cultura, cotejam novas compreensões de infância e de como vivenciam os espaços. Uma pesquisa com que carrega a perspectiva de estar imbuída de coletividade, em que as pessoas que estão no processo são autoras de muitos dos percursos. A partir da criação de um livro digital, mapas vivências e no estar na polifonia de vozes, palavras e línguas, ficou evidente as perspectivas com relação: a importância da autoria das crianças; a concepção de que somos totalidade; as questões éticas; a não categorização para análises; a não neutralidade; a não interpretação de suas narrativas; a não comparação; a produção coletiva e a abertura radical à novidade que é se encontrar com outros, a partir das pesquisas pós- qualitativas. Entende-se que cada vivência é única e o aprender é gerador do novo, a partir da teoria histórico-cultural e do campo da Geografia da Infância. Na compreensão do espaço como coetâneo, heterogêneo e múltiplo, as crianças- migrantes-estrangeiras que vieram - e continuam a vir - para o Brasil produzem cultura a partir do plano social: mudam, alteram, influenciam a partir de suas vivências e espacializam suas autorias no mundo. Convidam, a partir de suas narrativas, os adultos para que dediquem atenção aos barulhos do mundo, a estrangeiridade e a condição passageira que é o viver.

Constituido como descamino, este es un estudio con muchos ruidos. Ruidos de vivir, entre niños-migrantes-extranjeras y adultos, que juntos se proponen aprender, experimentar paisajes, espacialidades y lugares que constituyen nuevas formas de pensar y habitar geografías. Buscó comprender cómo los niños, productores de cultura, comparan nuevas comprensiones de la infancia y cómo experimentan los espacios. Una investigación con la perspectiva de imbuirse de colectividad, en la que las personas que están en el proceso son los autores de muchos de los caminos. A partir de la creación de un libro digital, mapas de vivencias y estar en la polifonía de voces, palabras y lenguajes, las perspectivas relacionadas con: la importancia de la autoría infantil; la concepción de que somos totalidad; cuestiones éticas; no categorización para el análisis; no neutralidad; la no interpretación de sus narrativas; no comparación; producción colectiva y apertura radical a la novedad del encuentro con los demás, a partir de la investigación poscualitativa. Se entiende que cada vivencia es única y el aprendizaje genera algo nuevo, basado en la teoría histórico- cultural y el campo de la Geografía de la Infancia. Al entender el espacio como contemporáneo, heterogéneo y múltiple, los niños-migrantes-extranjeras que vinieron - y siguen llegando - a Brasil producen cultura desde el plano social: cambian, alteran, influyen desde sus vivencias y espacializan su autoría en el mundo. A partir de sus narrativas, invitan a los adultos a prestar atención a los ruidos del mundo, la extranjería y la condición transitoria que es la vida.

Constituted by different paths, this is a study with many noises. Noises of living, between children-foreign-migrants and adults, who together propose to learn, experience landscapes, spatialities and places that constitute new ways of thinking and inhabiting geographies. It sought to understand how children, producers of culture, compare new understandings of childhood and how they experience spaces. A research with the perspective of being imbued with collectivity, in which the people who are in the process are the authors of many of the paths. From the creation of a digital book, experience maps and being in the polyphony of voices, words and languages, the perspectives related to: the importance of children's authorship; the conception that we are totality; ethical issues; non-categorization for analysis; non-neutrality; the non- interpretation of their narratives; non-comparison; collective production and radical openness to the novelty of meeting others, based on post-qualitative research. It is understood that each experience is unique and learning generates something new, based on historical-cultural theory and the field of Geography of Childhood. In understanding space as contemporary, heterogeneous and multiple, foreign-migrant children who came - and continue to come - to Brazil produce culture from the social plane: they change, alter, influence from their experiences and spatialize their authorship in the world. Based on their narratives, they invite adults to pay attention to the noises of the world, foreignness and the transient condition that life is.