Efeitos de um programa de intervenção motora precoce no desenvolvimento motor de bebês de abrigos de Porto Alegre

Abstract

Objetivos: Verificar os efeitos de um programa de intervenção motora precoce no desenvolvimento motor de bebês de abrigos de Porto Alegre, entre um e dezesseis meses. Métodos: Estudo quase experimental longitudinal. Participaram do estudo 13 bebês do Grupo Interventivo (GI) e 12 bebês do Grupo Controle (GC), 53,8% de meninos no GI e 50% de meninos no GC. Os bebês foram avaliados pela Alberta Infant Motor Scale (AIMS) e o GI realizou dois meses de intervenção, uma vez por semana, por 20 minutos, com tarefas de perseguição visual, manipulação de brinquedos e controle postural. Resultados: Não foi encontrada diferença significativa entre os grupos em relação ao sexo e idade. Não houve diferença do desenvolvimento motor pré e pós-intervenção no GC (p=0,368). No GI houve um aumento no percentual ‘desenvolvimento típico’ e redução no ‘atraso motor’ (p=0,030). Nas comparações entre os grupos, houve diferença significativa na pré-intervenção (p=0,004), pois os bebês do GI eram mais atrasados. Na pós-intervenção a diferença não permaneceu significativa (p=0,865) devido à melhora acentuada no GI. O GI também obteve resultados estatisticamente significativos em todas as posturas (prono p=0,001; supino p=0,011; sedestação p=0,001; ortostase p=0,002). O GC obteve diferença estatisticamente significativa apenas na posição de ortostase (p= 0,036), podendo ser justificada pela maior média de idade nesse grupo (prono p= 0,162; supino p= 0,368; sedestação p= 0,071). Conclusão: Os bebês que participaram do programa de intervenção motora precoce melhoraram a classificação de desenvolvimento motor e o desenvolvimento nas posturas quando comparados aos que não participaram da intervenção.