Neoplasia intraepitelial vulvar e câncer vulvar : diferenças no comportamento da doença entre pacientes que apresentam imunossupressão e pacientes imunocompetentes no Sul do Brasil
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Data
2022Autor
Orientador
Nível acadêmico
Mestrado
Tipo
Assunto
Resumo
Introdução: As infecções pelo Papilomavírus Humano (HPV) tiveram um grande aumento nos anos que antecederam o advento da vacinação e pacientes imunocomprometidas apresentam maior risco de desenvolver lesões causadas pelo vírus no trato genital inferior. Existem poucos estudos na literatura sobre lesões pré-malignas da vulva e câncer vulvar em pacientes imunocomprometidas. Objetivo: Analisar as diferenças de comportamento da lesão intraepitelial escamosa de alto grau vulvar (LIEAG vulvar) e do c ...
Introdução: As infecções pelo Papilomavírus Humano (HPV) tiveram um grande aumento nos anos que antecederam o advento da vacinação e pacientes imunocomprometidas apresentam maior risco de desenvolver lesões causadas pelo vírus no trato genital inferior. Existem poucos estudos na literatura sobre lesões pré-malignas da vulva e câncer vulvar em pacientes imunocomprometidas. Objetivo: Analisar as diferenças de comportamento da lesão intraepitelial escamosa de alto grau vulvar (LIEAG vulvar) e do carcinoma escamoso celular (CEC) vulvar entre as pacientes imunocompetentes e as imunocomprometidas. Materiais e métodos: É um estudo de coorte retrospectivo, com análise de dados do prontuário de pacientes do Ambulatório de Ginecologia, no Setor de Patologia do Trato Genital Inferior, e do Departamento de Patologia, da Irmandade Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre (ISCMPA), entre janeiro de 2000 a dezembro de 2020, com diagnóstico de LIEAG vulvar ou CEC vulvar em resultado de biópsia. Foram analisados dados como dados sociodemográficos, presença de fatores de risco para as lesões vulvares, comorbidades, características das lesões, tratamento empregado e resposta ao tratamento, bem como se houve recidiva ou cura durante o período. Resultados: Foram incluídas 145 pacientes, das quais 114 imunocompetentes (78,62%) e 31 imunocomprometidas (21,38%). No total, 71 pacientes tinham LIEAG vulvar (49%) e 74 (51%) tinham CEC vulvar, com predominância de CEC vulvar nas imunocompetentes e de LIEAG vulvar no grupo das imunocomprometidas. A média de idade das pacientes imunocomprometidas foi significativamente menor em relação a média das imunocompetentes (38,9 anos ± 9,4 vs 61,7 anos ± 14,2). Entre as imunocompetentes, 78 (78/107, 72,9%) tiveram resultado de margens livres e, entre as imunocomprometidas, 9 (9/28, 32,1%, p<0,001). Houve maior recidiva entre as pacientes imunocomprometidas (p=0,046). O intervalo livre de doença não teve diferença significativa entre os grupos (p=0,264), com 17 pacientes apresentando recidiva em menos de um ano após a retirada da lesão com margens livres (14 imunocompetentes e três imunocomprometidas) e 24 pacientes 14 apresentando recidiva após um ano ou mais da retirada da lesão (16 imunocompetentes e 8 imunocomprometidas). Conclusão: As pacientes imunocompetentes tiveram mais margens livres em peça cirúrgica e menos recidiva que as pacientes imunocomprometidas, demonstrando a necessidade de manter as pacientes imunocomprometidas em esquema de seguimento mais estrito e específico que a população em geral. ...
Abstract
Introduction: There was an increase in Human papillomavirus (HPV) infection in the years before the advent of HPV vaccination. The immunosuppressed patients are at greater risk for developing lesions caused by HPV in the lower genital tract. There is lack of studies in the literature regarding pre-malignant vulvar lesions and vulvar cancer in immunosuppressed patients. Objective: To analyze the differences in the behavior between vulvar high grade intraepithelial neoplasia (vulvar HSIL) and vul ...
Introduction: There was an increase in Human papillomavirus (HPV) infection in the years before the advent of HPV vaccination. The immunosuppressed patients are at greater risk for developing lesions caused by HPV in the lower genital tract. There is lack of studies in the literature regarding pre-malignant vulvar lesions and vulvar cancer in immunosuppressed patients. Objective: To analyze the differences in the behavior between vulvar high grade intraepithelial neoplasia (vulvar HSIL) and vulvar squamous cell carcinoma (VSCC) in immunocompetent and immunosuppressed patients. Materials and methods: It’s a retrospective cohort study, which analyzes data from the gynecology clinic patient records, at the Lower Genital Tract Service, and Pathology Department of the Irmandade Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre (ISCMPA), between January 2000 and December of 2020. Patients with confirmed diagnose of vulvar HSIL or VSCC by biopsy. The studied variables were sociodemographic data, risk factors for vulvar lesions, comorbidities, lesion characteristics, treatment and response to treatment, as well as recurrence or cure. Results: 145 patients were included, of which 114 were immunocompetent (78.62%) and 31 were immunosuppressed (21.38%). In total, 71 patients had usual vulvar intraepithelial neoplasia (VIN) and 74 had vulvar SCC, with a predominance of vulvar SCC in the immunocompetent and usual VIN in the immunosuppressed group. The mean age of diagnosis in the immunosuppressed group of women was significantly lower than the mean age in the immunocompetent group (38.9 years ± 9.4 vs 61.7 years ± 14.2). Among women with HIV, 16 (94,1%) were on antiretroviral therapy (ART), eight (88.8%) had a CD4 T lymphocyte (CD4) count below 500 mm3 and four (44.4%) had a viral charge (VC) above 10,000 copies/ml. Among immunocompetent women, 78 (78/107, 72.9%) presented negative margins and, among the immunosuppressed women, 9 (9/28, 32.1%, p<0.001). There was a greater recurrence rate among immunosuppressed women (30/114 immunocompetent and 11/31 immunosuppressed, p=0.046). The disease-free interval had no significant difference between the groups (p=0.264), with 17 patients presenting recurrence in less than one year after removal of the lesion with negative margins (14 immunocompetent and three immunosuppressed) and 24 patients presenting recurrence after one year or more of lesion removal (16 immunocompetent and eight immunosuppressed). Conclusion: Immunocompetent women had 16 more negative margins and less relapse than immunosuppressed women, demonstrating the need to keep immunosuppressed patients in a stricter and more specific follow-up regimen to better care for this special population. ...
Instituição
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Faculdade de Medicina. Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde: Ginecologia e Obstetrícia.
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Ciências da Saúde (9068)
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