Uma análise interseccional da atenção à saúde de mulheres transexuais e travestis no Brasil

Abstract

Este Trabalho de Conclusão de Curso pretende contribuir com as discussões acerca da atenção à saúde de mulheres transexuais e travestis pelo Estado brasileiro, com o intuito de analisar, sob o viés da interseccionalidade, as políticas de saúde específicas para a população trans formuladas nas últimas duas décadas, bem como verificar como ocorre a produção dos sujeitos trans nas normativas que regem tais políticas. O estudo trata-se de uma pesquisa descritiva de natureza qualitativa, a qual utilizou-se da técnica de pesquisa documental e do método dialético-crítico e suas respectivas categorias. Percebeu-se que nas últimas duas décadas o Estado brasileiro vem reunindo tímidos esforços para a elaboração de políticas de saúde específicas para a população trans, numa tentativa de reconhecer os inúmeros desafios na garantia e no acesso ao direito à saúde enfrentados por esse grupo social. Os achados deste estudo sugerem que o acesso à saúde pelas travestis e pelas mulheres transexuais ainda é permeado por situações discriminatórias que as mantém afastada das ações e dos serviços do Sistema Único de Saúde (SUS). Nesse sentido, acredita-se que o Serviço Social pode contribuir para a construção de estratégias de superação das condições de vida e de saúde que dificultam o acesso da população trans às políticas de saúde e para disputar uma perspectiva das transexualidades e das travestilidades e do cuidado em saúde que difira do modelo médico-centrado.