Memória e estratégias de ensino de história em convivências interdisciplinares

Abstract

Este trabalho procura investigar como o ensino de História se encaixa em propostas pedagógicas interdisciplinares, particularmente em projetos que têm como a grande temática de desenvolvimento discussões sobre memória e patrimônio, sobretudo aqueles que lidam com a polêmica da derrubada de estátuas. São abordados limites curriculares e proposições de diálogos com outras áreas de conhecimento a partir da análise da aplicação de projetos, que reuniram as disciplinas obrigatórias do 8º e 9º Anos do Ensino Fundamental em planejamento associativo. Através da compilação de impressões sobre os encontros e desencontros da disciplina de História em um ambiente de aprendizagem interdisciplinar, onde foram problematizadas as inserções de temas com caráter decolonial no planejamento e execução dos projetos, cujo principal ponto de discussão se tornou a memória, forjada em estátuas e as disputas de controle de narrativas sobre o passado, que estão contidas no cenário patrimonial brasileiro e mundial. Atento às críticas que envolvem a transição do mais tradicional ensino disciplinar para prática da pedagogia de projetos, num contexto que ainda equilibra a sintonia do planejamento compartilhado pelas diferentes áreas do conhecimento e a Base Nacional Comum Curricular. O desafio em questão foi de engajar os estudantes no desenvolvimento de aprendizagens significativas sobre o tema da memória no ensino de História e, ao mesmo passo, cultivar um ambiente de convivências interdisciplinares reconhecidamente democrático. Assim, os projetos pedagógicos centrados na disciplina de História analisados aqui cumprem função de estabelecer diálogo ao que pertence à memória das cidades e dos países e como a sociedade, e em particular o recorte escolar específico do estudo, reage às transformações históricas e às relações de poder envolvendo o passado e o presente.

This work seeks to investigate how the teaching of History fits into interdisciplinary pedagogical proposals, particularly in projects whose major development theme is discussions about memory and heritage, especially those dealing with the controversy of the toppling of statues. Curriculum limits and propositions of dialogue with other areas of knowledge are approached from the analysis of the application of projects, which brought together the compulsory subjects of the 8th and 9th Years of Elementary Education in associative planning. Through the compilation of impressions about the encounters and disagreements of the discipline of History in an interdisciplinary learning environment, the insertion of themes with a decolonial character in the planning and execution of the projects are problematized, whose main point of discussion becomes memory, forged in statues and the disputes over the control of narratives about the past, which are contained in the Brazilian and world heritage scene. Aware of the criticisms that involve the transition from the more traditional disciplinary teaching to the practice of project pedagogy, in a context that still balances the harmony of the planning shared by the different areas of knowledge and the National Common Curricular Base. The challenge in question was to engage students in the development of meaningful learning on the subject of memory in the teaching of History and, at the same time, to cultivate an environment of interdisciplinary coexistence that is recognizably democratic. Thus, the pedagogical projects focused on the discipline of History analyzed here fulfill the function of establishing a dialogue about what belongs to the memory of cities and countries and how society, and in particular the specific school scope of the study, reacts to historical transformations and relations of power involving the past and the present.