Escrevendo o tempo, repensando a vida : a experiência da aids em obras de Caio Fernando Abreu (1983 – 1996)
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Data
2017Orientador
Nível acadêmico
Graduação
Assunto
Resumo
Este trabalho visa analisar de que modo o entendimento e a experiência do tempo frente à experiência-limite da aids se inscreveu na produção literária do escritor Caio Fernando Abreu. A partir da década de 1980, a epidemia de aids entre homens homossexuais e a luta pela sobrevivência reconfiguraram movimentos e identidades, bem como os evidencia como grupo social. Assim, o discurso literário, em suas diversas expressões, se afirma como uma das maneiras de pensar e escrever sobre a aids, abrindo ...
Este trabalho visa analisar de que modo o entendimento e a experiência do tempo frente à experiência-limite da aids se inscreveu na produção literária do escritor Caio Fernando Abreu. A partir da década de 1980, a epidemia de aids entre homens homossexuais e a luta pela sobrevivência reconfiguraram movimentos e identidades, bem como os evidencia como grupo social. Assim, o discurso literário, em suas diversas expressões, se afirma como uma das maneiras de pensar e escrever sobre a aids, abrindo possibilidades e cenários dentro da epidemia discursiva sobre essa experiência. No Brasil, Caio Fernando Abreu destaca-se como pioneiro ao tratar do tema na escrita literária, fundando um estilo cujo pano de fundo da tensa relação de sobrevivência com a aids torna-se o cenário para indivíduos e suas experiências com o tempo, a vida, a sexualidade e a morte virem à tona: o medo, a condição e a presença da aids, assim, permanecem como um espectro, ancorados no passado que se estende, impondo-se como experiência de puro presente, como aponta Susan Sontag, em uma relação com o tempo que não pode ser ignorada. Analiso nessa pesquisa algumas obras do escritor que tematizam a aids, produzidas entre os anos de 1983 e 1990 - o romance Onde Andará Dulce Veiga? (1990), quatro contos de Os Dragões não conhecem o Paraíso (1988), e a novela Pela Noite, de Triângulo das Águas (1983) – e também, em algumas cartas enviadas por ele a seus amigos, buscando compreender, em um diálogo entre a historiografia e a literatura, de que modo essas obras apresentam as particularidades de uma experiência do tempo marcada por estigmas tão potente como os que ocorrem com a aids, com tamanho poder de interferência em como se entende passado, presente e futuro. ...
Instituição
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Instituto de Filosofia e Ciências Humanas. Curso de História: Licenciatura.
Coleções
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TCC História (782)
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