Controle da linguagem, distopia e apagamento da história : ideologia, tempo e narrativa na obra 1984 de George Orwell (1949)
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Data
2021Autor
Orientador
Nível acadêmico
Graduação
Assunto
Resumo
A presente pesquisa tem por objetivo apontar a importância da história a partir da análise de um universo ficcional no qual ela não existe: o da obra literária 1984, publicada pelo inglês George Orwell em 1949. Após realizar uma abordagem histórica das gerações literárias utópica e distópica do final do século XIX e início do XX – e atentar para a trajetória do autor que, como intelectual do seu tempo, foi ativo nas discussões e problematizações políticas das décadas de 1920 a 1940 –, este trab ...
A presente pesquisa tem por objetivo apontar a importância da história a partir da análise de um universo ficcional no qual ela não existe: o da obra literária 1984, publicada pelo inglês George Orwell em 1949. Após realizar uma abordagem histórica das gerações literárias utópica e distópica do final do século XIX e início do XX – e atentar para a trajetória do autor que, como intelectual do seu tempo, foi ativo nas discussões e problematizações políticas das décadas de 1920 a 1940 –, este trabalho focaliza as maneiras como, no universo da ficção e no mundo que ela tematiza, o controle – físico e mental – do indivíduo é possibilitado a) pela ausência da história e b) por determinados aspectos presentes em governos totalitários. Apoiado de maneira teórica e reflexiva nas construções filosóficas de Hannah Arendt e Paul Ricoeur, o trabalho aponta esses aspectos como sendo, entre outros, a poda linguística, a aplicação da ideologia à política e o controle da narrativa. Dessa forma, através das perspectivas proporcionadas pela obra de literatura e pelos ensaios políticos e filosóficos, propusemos que, em Orwell, a liberdade de pensamento criativo do ser humano está intimamente ligada com o seu situar-se no tempo. ...
Abstract
The following research aims to indicate the importance of history from the analysis of a fictional universe in which it does not exist: the one created in 1949 by George Orwell in the book Nineteen Eighty-Four. After making a historic approach of the literary movements known as utopian and dystopian of the end of the nineteenth century and beginning of the twentieth century – as well as bringing attention to the author's trajectory, as an intellectual of his time, and also as an active subject ...
The following research aims to indicate the importance of history from the analysis of a fictional universe in which it does not exist: the one created in 1949 by George Orwell in the book Nineteen Eighty-Four. After making a historic approach of the literary movements known as utopian and dystopian of the end of the nineteenth century and beginning of the twentieth century – as well as bringing attention to the author's trajectory, as an intellectual of his time, and also as an active subject in the political discussions and problematizations of the 1920s and 1940s –, this work focuses on the ways with which, in the fictional universe and the world thematized by it, the physical and mental control is made possible through: a) the absence of history and b) by certain existent aspects in totalitarian governments. Supported in theoretical and reflexive ways by the philosophic constructions of Hannah Arendt and Paul Ricoeur, this work indicates these aspects as being, among others, the linguistic pruning, the application of ideology to politics, and the narrative control. Therefore, through the perspectives made possible by the literary work and by the political and philosophic essays, we propose that, for Orwell, the human being's freedom of creative thought is deeply connected to its ability to situate itself in time. ...
Instituição
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Instituto de Filosofia e Ciências Humanas. Curso de História: Licenciatura.
Coleções
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TCC História (789)
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