Memes e matemática : a formação com professores/as na perspectiva da cyberformação

Abstract

Com a expansão da internet e o crescente alcance das redes sociais, a comunicação e socialização entre pessoas está transpassando fronteiras e tomando proporções globais. Atualmente, podemos nos comunicar de diversas formas, com e-mail, redes sociais e recursos de conversação instantânea tais como o WhatsApp e o Telegram. No entanto, uma forma de comunicar ideias, pensamentos e sentimentos que se tornou uma alternativa à escrita pura e também um recurso amplamente difundido é o meme da internet. Os memes podem ser compartilhados de forma rápida e, em questões de segundos, se espalham para pessoas de diferentes locais do mundo. Consideramos que o meme possivelmente pode ser trabalhado por professores/as que ensinam matemática em suas aulas e, desse modo, investigamos a forma/ação do/a professor/a nos processos de desenvolvimento de atividades envolvendo memes matemáticos. Nesse contexto, nossa questão diretriz é “Como se mostra a Cyberformação com professores/as que ensinam matemática quando eles/as se inserem nos processos de produção de atividades-matemáticas-com-memes?”. Para investigar esses processos, desenvolvemos o curso de extensão “A fim de memetizar? Construindo atividades-matemáticas-com-memes” com professores/as que ensinam matemática, em sua maioria, da região metropolitana de Porto Alegre, no estado do Rio Grande do Sul. Durante o curso, foram trabalhadas e desenvolvidas atividades-matemáticas-com-memes, bem como os/as professores/as construíram suas próprias atividades com memes matemáticos e levaram para a sala de aula. A partir dos dados do curso de extensão foi possível observar que emergiram três moléculas informacionais que desvelam como a forma/ação com professores/as de matemática no trabalho com essas atividades se mostra. Isto é, “Em uma perspectiva sociopolítica da matemática”; “Sob a concepção de habitus, campo e violência simbólica em práticas pedagógicas”; e “Tecnologicamente plugada à estética dos memes”. Desse modo, a constituição do conhecimento matemático dos/as professores/as se mostrou como sociopolítico e democrático. As práticas desses/as professores/as mostraram-se enraizadas em determinados habitus que quando confrontados com a concepção de Cyberformação permitiram uma reflexão sobre estas práticas e uma possível transformação de práticas. Além disso, os memes e as atividades-matemáticas-com-memes destacaram uma experiência estética em que foi possível identificar-se com os memes podendo ser-com, pensar-com e saber-fazer-com-memes.

With the expansion of the internet and the growing reach of social networks, communication, and socialization between people cross borders and take on global proportions. We can currently communicate in several ways, through emails, social networks, and instant chat tools such as WhatsApp and Telegram. However, one way of communicating ideas, thoughts, and feelings that have become an alternative to pure writing and a highly pervasive resource is the internet meme. Memes can be shared quickly and, in a matter of seconds, spread to people from different parts of the world. We consider that the meme can be used by teachers who teach mathematics in their classes. Thus, we intend to investigate the form/action of the teacher in the processes of developing activities involving mathematical memes. In this context, our guiding question is, “How is Cyberformation shown with teachers who teach mathematics when they are inserted in the production processes of activities-mathematics-with-memes?”. To investigate these processes, we developed the extension course entitled “In order to memerize? Building math-activities-with-memes” with teachers who teach math, mostly in the metropolitan region of Porto Alegre, in the state of Rio Grande do Sul. During the course, we work and develop math-activities-with-memes, and the teachers also developed their activities with mathematical memes and took them to the classroom. From the data of the extension course, it was possible to observe that three informational molecules emerged that reveal how the form/action with mathematics teachers is shown in work with these activities. That is, “From a socio-political perspective of mathematics”; “Under the concept of habitus, field and symbolic violence in pedagogical practices”; and “Technologically connected to the aesthetics of memes”. In this way, the constitution of the mathematical knowledge of the teachers proved to be socio-political and democratic. These teachers' practices proved to be rooted in specific habitus, which, when confronted with the concept of Cyberformation, allowed a reflection on these practices and a possible transformation of practices. Moreover, memes and the math-activities-with-memes highlighted an aesthetic experience in which it was possible to identify with memes, being-with, thinking-with, and knowing-doing-with-memes.