"Cada cuerpo contiene el mundo" : territorio, cuerpo y persona entre los iku del sector suroriental de La Sierra Nevada de Santa Marta, Colombia

Abstract

En esta tesis exploro la territorialidad del pueblo indígena iku del norte de Colombia, a partir del cerro Inarwa. Para los iku, Inarwa es el padre del maíz, las semillas y los alimentos. La investigación inicia en el proceso de concertación para la reparación y compensación del daño causado por la ocupación del cerro, por parte del ejército colombiano. Este proceso evidencia las conexiones parciales construidas históricamente entre mundos distintos, que en el marco de políticas multiculturales y ambientalistas, actualizan la política moderna colonial, que a su vez, neutraliza el carácter político del universo indígena y no permite el reconocimiento de sus particularidades ontológicas. A partir de abordar a Inarwa como un anugwe jina, un ser cuya vitalidad se debe a que tiene pensamiento y conocimiento, profundizo en las relaciones de intercambio en las que circulan conocimientos y potencias vitales, construyendo continuamente los cuerpos de los seres, que son compuestos, interdependientes y que se actualizan en contextos históricos. Inarwa incide en la regulación de la existencia y los ciclos vitales. De acuerdo a esto, abordo el gunseymake, primera fase del ciclo vital, para profundizar en la construcción de cuerpos y personas, a partir de narrativas de mujeres iku y mamos. Las relaciones de intercambio de potencias entre los seres del cosmos forman el tejido en el que emerge la vida, el territorio, que es también un cuerpo compuesto, múltiple y que se actualiza en eventos históricos. Esta territorialidad da cuenta de una relacionalidad distinta que desafía las nociones de política modernas.

Nesta tese de doutorado exploro a territorialidade do povo indígena Iku do norte da Colômbia, a partir do morro Inarwa. Para os Iku, Inarwa é o pai do milho, as sementes e os alimentos. A investigação inicia no processo de acordo para a reparação e indenização dos danos causados pela ocupação do morro, pelo exército colombiano. Esse processo evidencia as conexões parciais construídas historicamente entre mundos distintos, que, no marco de políticas multiculturais e ambientais, atualizam a política colonial moderna, que por sua vez neutraliza o caráter político do universo indígena e não permite o reconhecimento de suas particularidades ontológicas. Começando por abordar Inarwa como um Anugwe Jina, um ser cuja vitalidade se deve ao que tem pensamento e conhecimento, mergulho nas relações de troca em que circulam conhecimentos e poderes vitais, construindo continuamente os corpos dos seres, os quais são compostos, interdependentes e que se atualizam em contextos históricos. O Inarwa incide na regulação da existência e nos ciclos de vida. A partir disso, abordo o gunseymake, primeira fase do ciclo vital, para me aprofundar na construção de corpos e pessoas, a partir de narrativas de mulheres iku e mamos. As relações de intercâmbio de potências entre os seres do cosmos formam o tecido em que emerge a vida, o território, que também é um corpo composto, múltiplo e que se atualiza nos acontecimentos históricos. Essa territorialidade é responsável por uma relacionalidade diferente que desafia as noções modernas de política.

In this thesis I explore the territoriality of the Iku people from north Colombia, arising out of Inarwa mountain. For the Iku people, Inarwa is the father of corn, seeds and foods. This research starts from the agreement process for the repair and compensation of the damage caused by the occupation of the mountain by colombian army. This process evidences the partial connections historically constructed between different worlds, which within the framework of multicultural and environmental policies, do update the colonial modern politics, neutralize the political character of the indigenous universe and does not permit the recognition of its ontological particularities. Approaching Inarwa as an anugwe jina, a being whose vitality is due to having thought and knowledge, I deepen into the exchange relationships in which knowledge and vital powers circulate, continually building the bodies of beings, which are composite, interdependent and are updated in historical contexts. Inarwa affects the regulations of existence and life cycles. According to this, I address gunseymake as the first phase of the life cycle, to delve into the construction of bodies and persons based on the narratives of Iku women and mamos. The exchange relationships of powers between all beings of the cosmos, shape the weave in which life and territory emerges. The territory that is also a body, is multiple and constantly updating in historical events. This territoriality accounts for a different relationality that challenges modern notions of politics.