Práticas de ensino de química : narrativas dos professores/as e alunos/as ribeirinhos do Alto Solimões – AM

Abstract

Esta tese tem como problema pensar as práticas de ensino de química em contexto amazônico. Apresenta uma análise das narrativas realizada com professores/as e alunos/as ribeirinhos, valorizando os saberes populares de modo a contextualizar ao ensino de química. Contribuindo em práticas de ensino e pensar propostas de currículo para o contexto amazônico, o que dizem as vozes dos sujeitos de um local, considerando uma química menor. Entender as narrativas sobre a importância do laboratório e suas práticas de ensino. Algumas narrativas apontam em propor experimentos para um contexto local. A importância e o papel do ensino de química na região na visão dos alunos (as) e que imagem de cientista os alunos se identificam. Viajamos a região do Alto Solimões – AM, por estarmos inserido num curso de formação de professores de ciências, a repensar nossa prática de ensino e do outro. Entender como o saber-poder atuam nas escolas, propondo-me uma tarefa histórica, que dia a dia nos constituímos professor/pesquisador em ensino de química. Pensar o processo de desconstrução e reprodução de um discurso científico para o campo de ensino e a necessidade de valorizar os saberes amazônicos. Utilizo-me, como corpus empírico da análise, na descrição de alguns relatos proferidos pelos professores e alunos ribeirinhos, de narrativas históricas sobre ciências na Amazônia, como os saberes populares tornou-se objeto de estudo nos grandes laboratórios europeus, produzindo valor econômico e a utilização de ervas como medicamentos. Apresentamos em cinco momentos os relatos dos professores e alunos. O primeiro artigo: Por uma química menor e os saberes na Amazônia. O segundo, o laboratório e o contexto amazônico: possibilidades para o ensino de química, o pensar dos professores/as do Alto Solimões – AM, que possibilidades em repensar as práticas de ensino. O terceiro, apresentado no XI Encontro Nacional de Pesquisa em Educação em Ciências: Narrativas entre fronteiras: “ditos” dos professores/as ribeirinhos como possibilidade para um ensino de química diferente, como utilizar os experimentos para o ensino. O quarto, apresentado no 36º Encontro de Debates sobre o Ensino de Química: Verdade-saber em modos de pensar sobre as aulas de química dos alunos do ensino médio em escolas públicas do Alto Solimões – AM. O quinto artigo publicado em Latin American Journal of Science Education: Uma abordagem sobre a pesquisa científica na prática docente nos 6º e 7º Anos do Ensino Fundamental no ensino de Ciências numa escola da rede pública do Alto Solimões – AM, por meio das imagens de cientista e pesquisador em um contexto amazônico. Apoiamo-nos em filósofos franceses para desenvolver os artigos e como pensar e agir de outros modos na forma de pensar o ensino. Os relatos constituídos apontam como o ensino está comprometido com o poder, regulando os corpos em meio a discurso científico, os discursos estão sujeitos às mudanças e os saberes tradicionais atuam como resistência, de modo a entrar em desordem, em relação aos saberes instituído e hegemônico.

This thesis aims at thinking the form practices of teaching of chemistry in Amazonian context. It presents an analysis of the narratives carried out with teachers and riverside students, valuing popular knowledge in order to contextualize the teaching of chemistry. Contributing to teaching practices and thinking about curriculum proposals for the Amazon context, what the voices of the subjects of a local say, considering a minor chemistry. Understand the narratives about the importance of the laboratory and its teaching practices. Some narratives point to proposing experiments for a local context. The importance and role of chemistry teaching in the region in the view of the students and the image of the scientist students identify. We traveled to the region of Alto Solimões - AM, because we were part of a training course for science teachers, to rethink our teaching practice and the other. To understand how knowledge-power works in schools, proposing to me a historical task, that day by day we constitute professor / researcher in teaching of chemistry. To think about the process of deconstruction and reproduction of a scientific discourse for the teaching field and the need to value the Amazonian knowledge. I use, as an empirical corpus of analysis, the description of some stories given by teachers and riverside students, of historical narratives about sciences in the Amazon, as popular knowledge became the object of study in the great European laboratories, producing economic value and use of herbs as medicines. We present in five moments the reports of teachers and students. The first article: For a lesser chemistry and knowledge in the Amazon. The second, the laboratory and the Amazon context: possibilities for the teaching of chemistry, the thinking of the teachers of Alto Solimões - AM, that possibilities in rethinking teaching practices. The third, presented at the XI National Meeting of Research in Science Education: Narratives across borders: "sayings" of coastal teachers as a possibility for teaching different chemistry, how to use experiments for teaching. The fourth, presented at the 36th Meeting of Debates on Teaching Chemistry: Truth-knowing in ways of thinking about chemistry classes of high school students in public schools in Alto Solimões - AM. The fifth article published in the Latin American Journal of Science Education: An Approach on Scientific Research in Teaching Practice in the 6th and 7th Years of Elementary School Teaching Science at a Public School in Alto Solimões - AM, through images of scientist and researcher in an Amazon context. We rely on French philosophers to develop the articles and how to think and act in other ways in the way we think about teaching. The constituted reports point out how teaching is committed to power, regulating bodies in the midst of scientific discourse, discourses are subject to change and traditional knowledge acts as resistance, in order to enter into disorder, in relation to instituted and hegemonic knowledge.