Psicanálise e socioeducação : nuances da passagem adolescente em contextos de violência e vulnerabilidade
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Data
2017Orientador
Nível acadêmico
Graduação
Resumo
O presente estudo partiu de uma experiência de pesquisa-extensão com um grupo de adolescentes acautelados em uma instituição socioeducativa da cidade. Através das chamadas Rodas de R.A.P. (Ritmos, Adolescência e Poesia), ofertamos um dispositivo de escuta baseado na livre circulação da palavra em conjugação com narrativas musicais demandadas pelos próprios meninos. As intervenções das bolsistas-pesquisadoras que participaram dessa atividade sustentaram-se no enlace entre a psicanálise e os efei ...
O presente estudo partiu de uma experiência de pesquisa-extensão com um grupo de adolescentes acautelados em uma instituição socioeducativa da cidade. Através das chamadas Rodas de R.A.P. (Ritmos, Adolescência e Poesia), ofertamos um dispositivo de escuta baseado na livre circulação da palavra em conjugação com narrativas musicais demandadas pelos próprios meninos. As intervenções das bolsistas-pesquisadoras que participaram dessa atividade sustentaram-se no enlace entre a psicanálise e os efeitos ético-metodológicos extraídos do tema da experiência em Walter Benjamin. Utilizando como operador metodológico a leitura-escuta, analisamos o que temos nomeado de diários de experiência, um compilado escrito, inspirado na associação livre, acerca das vivências, experiências e reflexões das bolsistas-pesquisadoras que acompanharam as Rodas. Ao longo do percurso de trabalho, as pesquisadoras perceberam que, seguidamente, os adolescentes demandavam músicas que versavam sobre as mais diferentes facetas da violência e vulnerabilidade presentes em seus cotidianos Dentre elas, destacavam-se aquelas ligadas ao envolvimento com o tráfico de drogas e às abordagens policiais. A partir desse movimento, fomos observando que alguns meninos passaram a narrar episódios vividos em contextos similares aos das narrativas musicais – isso tanto na posição daquele que pratica, quanto daquele que sofre violência. Diante das histórias compartilhadas por eles, levantamos algumas interrogações: Frente à proximidade com tais condições, podemos dizer que esses meninos do sistema socioeducativos vivenciam a passagem adolescente? Se sim, de que forma eles tem dado conta da tarefa que se impõe durante o adolescer, isto é, a tarefa de constituir um novo lugar psíquico e social para si a partir dos elementos oferecidos pelo laço social? Partindo da experiência com as Rodas de R.A.P. e de elementos discursivos da cultura, pretendemos tensionar o campo da Psicanálise e Socioeducação através da investigação de algumas nuances que parecem atravessar a passagem adolescente em contextos de vulnerabilidade e violência no Brasil. ...
Instituição
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Instituto de Psicologia. Curso de Psicologia.
Coleções
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TCC Psicologia (438)
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