Avaliação da incidência de retenção urinária no pós-operatório precoce de sling fascial autólogo entre diferentes técnicas de ajuste : um ensaio clínico randomizado e duplo cego

Abstract

Objetivo: Avaliar a incidência de retenção urinária precoce após a colocação de sling fascial autólogo (SFA) em mulheres com incontinência urinária de esforço (IUE), comparando diferentes técnicas de ajuste do enxerto. Métodos: Um ensaio clínico randomizado (ECR) distribuiu pacientes com IUE em dois grupos, cada um utilizando uma técnica diferente para o ajuste do SFA. O desfecho primário foi a retenção urinária no período de 12 semanas de pós-operatório, definida pela necessidade de cateterização ou volume residual pós-miccional superior a 200 mL. Desfechos secundários incluíram taxas de continência subjetiva e objetiva, satisfação das pacientes e complicações pós-operatórias. Resultados: Cinquenta e duas pacientes completaram o seguimento de 12 semanas. A idade média foi de 59 anos, e 75% apresentaram sintomas mistos. A retenção urinária ocorreu em 14 pacientes (26,9%) nas primeiras duas semanas: 9 (33,3%) no Grupo A vs. 5 (20%) no Grupo B (p = 0,279). Na quarta semana, a retenção persistiu em 4 (14,8%) e 2 (8%) pacientes, respectivamente (p = 0,443); cinco necessitaram de divisão do sling, com resolução dos sintomas em quatro casos. No seguimento final, uma paciente de cada grupo permaneceu dependente de cateter (p = 0,956). A taxa global de cura subjetiva foi de 65,4%, enquanto a taxa de cura objetiva foi de 82,7%. Na avaliação de satisfação global, 33 pacientes relataram melhora significativa, enquanto 11 notaram leve melhora. Não houve diferenças significativas entre os grupos quanto a sintomas de armazenamento de novo (7,7%), complicações no sítio de retirada do enxerto (13,4%) e sintomas urinários sugestivos de ITU (19,2%). Conclusão: Não foram observadas diferenças significativas nas taxas de incidência de retenção urinária, continência, satisfação pós-operatória ou complicações entre as técnicas utilizadas para o ajuste do SFA.

Objective: To assess the incidence of early urinary retention after autologous fascial sling (AFS) placement in women with stress urinary incontinence (SUI), comparing different graft adjustment techniques. Methods: A randomized controlled trial (RCT) assigned SUI patients to two groups, each using a different technique for AFS adjustment. The primary outcome was urinary retention within the 12-week postoperative period, defined by catheterization needs or post-void residual volume exceeding 200 mL. Secondary outcomes included subjective and objective continence rates, patient satisfaction, and postoperative complications. Results: Fifty-two patients completed the 12-week follow-up. The mean age was 59 years, and 75% had mixed symptoms. Urinary retention occurred in 14 patients (26.9%) within two weeks: 9 (33.3%) in Group A vs. 5 (20%) in Group B (p = 0.279). By week 4, it persisted in 4 (14.8%) and 2 (8%) patients, respectively (p = 0.443); five required sling division, resolving symptoms in four. At final follow-up, one patient per group remained catheter-dependent (p = 0.956). The overall subjective continence cure rate was 65.4%, while the objective cure rate reached 82.7%. In global assessments, 33 patients reported significant improvement, while 11 noted slight improvement. De novo storage symptoms (7.7%), graft site complications (13.4%), and UTI-like symptoms (19.2%) showed no significant differences between groups. Conclusion: No significant differences were observed in urinary retention, continence rates, patient satisfaction, or complications between the techniques used for AFS adjustment.