Internações por COVID-19 em hospital universitário de alta complexidade de Porto Alegre/RS : estudos sobre a utilização e custo dos medicamentos
dc.contributor.advisor | Pereira, Leonardo Régis Leira | pt_BR |
dc.contributor.author | Packeiser, Priscila Becker | pt_BR |
dc.date.accessioned | 2025-01-25T06:58:34Z | pt_BR |
dc.date.issued | 2024 | pt_BR |
dc.identifier.uri | http://hdl.handle.net/10183/283901 | pt_BR |
dc.description.abstract | Introdução: O cenário imposto pela pandemia de COVID-19 representou um desafio significativo para as instituições de saúde e profissionais da área. Antes do advento da vacina, o aumento de internações, a escassez de suprimentos hospitalares e a limitação de recursos humanos qualificados geraram preocupação mundial. A compreensão da doença e seu impacto no uso de medicamentos é fundamental para fornecer evidências que sustentem o uso racional de medicamentos, além da revisão de protocolos, políticas de saúde e tabelas de remuneração. Objetivo: Avaliar os medicamentos utilizados e os custos do tratamento farmacológico de pacientes hospitalizados durante a primeira e segunda ondas da pandemia de COVID-19. Métodos: Realizou-se um estudo transversal com a coleta de dados de prontuários eletrônicos e registros de dispensação de medicamentos envolvendo uma amostra retrospectiva de 356 pacientes com 18 anos ou mais, que apresentaram exame de PCR positivo para COVID-19 entre 17/03/2020 a 15/09/2021 em um hospital universitário referência no Rio Grande do Sul. Pacientes com permanência inferior a 48 horas, óbito em menos de 24 horas, desistência do tratamento ou evasão foram excluídos. O desfecho de interesse foi a mortalidade, e os custos dos medicamentos foram coletados em reais e convertidos para dólares considerando a taxa de câmbio de 22 de setembro de 2021. A análise estatística foi realizada utilizando o SPSS 18.0. Resultados: Três artigos foram desenvolvidos. O primeiro compara as características clínicas e sociodemográficas dos pacientes em relação ao desfecho de óbito ou alta. Noventa e nove pacientes faleceram, e as variáveis associadas a esse desfecho incluíram idade acima de 65 anos, institucionalização, necessidade de ventilação mecânica, alto INR na admissão, necessidade de diálise e insuficiência respiratória aguda. Algumas variáveis diferiram entre as duas ondas da pandemia. O segundo artigo avaliou os medicamentos utilizados em diferentes contextos: domiciliar, ambulatorial e durante a hospitalização. Cento e vinte e quatro pacientes utilizaram algum medicamento para COVID-19 antes da internação e 255 eram usuários crônicos de medicamentos. A azitromicina foi o medicamento mais comumente utilizado e a polifarmácia foi identificada em 100 pacientes. As classes de medicamentos mais dispensadas incluíram analgésicos, corticosteróides de uso 13 sistêmico, antitrombóticos e medicamentos para transtornos relacionados ao ácido. Rivaroxabana e enoxaparina mostraram maior associação com alta hospitalar. O terceiro artigo abordou os custos dos medicamentos prescritos durante a internação, revelando um custo mediano total de tratamento farmacológico de US$ 203.76 (IIQ 25-75% US$ 73.36 – US$ 1,245.53) e um custo diário mediano de US$ 16.06 (IIQ 25-75% 8.13 - US$ 54.49) por paciente. Observou-se que homens, pacientes crônicos, aqueles que necessitaram de cuidados intensivos e os que faleceram apresentaram maiores custos. O fentanil foi o medicamento de maior consumo e impacto financeiro, enquanto bloqueadores neuromusculares e antimicrobianos contribuíram significativamente no custo total. Conclusão: Os estudos realizados para abordar a questão central desta tese avaliaram aspectos epidemiológicos, clínicos e a farmacoterapia de pacientes internados durante as duas primeiras ondas de COVID-19. As internações apresentaram diferenças demográficas e clínicas significativas entre as ondas, com alguns fatores associados ao óbito. Um terço dos pacientes que internaram já havia utilizado medicamentos anteriormente, e a maioria eram pacientes crônicos. Os medicamentos mais dispensados foram para alívio de sintomas de COVID-19, corticosteróides e profilaxia de tromboembolismo e úlceras gástricas. O uso de anticoagulantes mostrou-se associadao ao desfecho de alta. Em relação aos custos, os medicamentos impactaram significativamente os custos hospitalares, e a heterogeneidade dos dados pode ser atribuída às diferenças nos perfis clínicos e na gravidade da doença. Embora o estudo tenha sido realizado em um único centro, seus resultados podem ser extrapolados para outros contextos institucionais e geográficos, contribuindo para a revisão e atualização de procotolos, políticas públicas e tabelas de remuneração do sistema de saúde. | pt_BR |
dc.description.abstract | Introduction: The scenario imposed by the COVID-19 pandemic represented a significant challenge for healthcare institutions and professionals. Before the advent of the vaccine, the increase in hospitalizations, scarcity of medical supplies, and limitations of qualified human resources generated worldwide concern. Understanding the disease and its impact on medication use is fundamental to providing evidence that supports the rational use of medications, as well as the revision of protocols, health policies, and reimbursement schedules. Objective: To evaluate the medications used and the costs of pharmacological treatment for hospitalized patients during the first and second waves of the COVID-19 pandemic. Methods: A cross-sectional study was conducted with data collection from electronic medical records and medication dispensing records, involving a retrospective sample of 356 patients aged 18 years or older who tested positive for COVID-19 via PCR between March 17, 2020, and September 15, 2021, at a reference university hospital in Rio Grande do Sul. Patients with a stay of less than 48 hours, death within 24 hours, treatment withdrawal, or evasion were excluded. The outcome of interest was mortality, and the costs of medications were collected in Brazilian reais and converted to U.S. dollars considering the exchange rate of September 22, 2021. Statistical analysis was performed using SPSS 18.0. Results: Three articles were developed. The first compares the clinical and sociodemographic characteristics of patients concerning the outcome of death or discharge. Ninety-nine patients died, and the variables associated with this outcome included age over 65, institutionalization, need for mechanical ventilation, high INR upon admission, need for dialysis, and acute respiratory failure. Some variables differed between the two pandemic waves. The second article analyzed the medications used in different contexts: home care, outpatient care, and during hospitalization. One hundred twenty-four patients used medications for COVID-19 prior to hospitalization, and 255 were chronic medication users. Azithromycin was the most commonly used medication, and polypharmacy was identified in 100 patients. The most dispensed classes of medications included analgesics, systemic corticosteroids, anticoagulants, and medications for acid-related disorders. Rivaroxaban and enoxaparin showed a greater 15 association with hospital discharge. The third article addressed the costs of medications prescribed during hospitalization, revealing a median total cost of pharmacological treatment of $203.76 (IQR 25-75%: $73.36 – $1,245.53) and a median daily cost of $16.06 (IQR 25-75%: $8.13 – $54.49) per patient. Higher costs were observed in men, chronic patients, those requiring intensive care, and those who died. Fentanyl was the medication with the highest consumption and financial impact, while neuromuscular blockers and antimicrobials significantly contributed to the total cost. Conclusion: The studies conducted to address the central question of this thesis evaluated epidemiological, clinical, and pharmacotherapy aspects of patients hospitalized during the first two waves of COVID-19. The hospitalizations showed significant demographic and clinical differences between the waves, with some factors associated with death. One-third of the patients had previously used medications, and most were chronic patients. The most dispensed medications were for alleviating COVID-19 symptoms, corticosteroids, and prophylaxis for thromboembolism and gastric ulcers. The use of anticoagulants was associated with discharge outcomes. In terms of costs, medications significantly impacted hospital expenses, and the heterogeneity of the data may be attributed to differences in clinical profiles and disease severity. Although the study was conducted in a single center, its results may be extrapolated to other institutional and geographical contexts, contributing to the revision and updating of protocols, public policies, and reimbursement schedules in the healthcare system. | en |
dc.format.mimetype | application/pdf | pt_BR |
dc.language.iso | por | pt_BR |
dc.rights | Open Access | en |
dc.subject | COVID-19 | pt_BR |
dc.subject | Drug therapy | en |
dc.subject | Custos hospitalares | pt_BR |
dc.subject | Hospital costs | en |
dc.subject | Mortalidade hospitalar | pt_BR |
dc.subject | Mortality | en |
dc.title | Internações por COVID-19 em hospital universitário de alta complexidade de Porto Alegre/RS : estudos sobre a utilização e custo dos medicamentos | pt_BR |
dc.type | Tese | pt_BR |
dc.identifier.nrb | 001240594 | pt_BR |
dc.degree.grantor | Universidade Federal do Rio Grande do Sul | pt_BR |
dc.degree.department | Faculdade de Farmácia | pt_BR |
dc.degree.program | Programa de Pós-Graduação em Assistência Farmacêutica | pt_BR |
dc.degree.local | Porto Alegre, BR-RS | pt_BR |
dc.degree.date | 2024 | pt_BR |
dc.degree.level | doutorado | pt_BR |
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Ciências da Saúde (9291)