Cultura in vitro de anteras de soja : o processo androgenético e os fatores de estresse

Abstract

Neste trabalho são apresentados dados citológicos e de cultura in vitro relativos ao processo androgenético em soja. Análises citológicas de anteras in situ confirmaram o dimorfismo dos grãos de pólen em alguns cultivares de soja. Diferentes tratamentos de estresse (colchicina, choque térmico e carência de açúcar) foram investigados como possíveis promotores da androgênese. As análises das anteras cultivadas in vitro evidenciaram que a maior parte dos micrósporos sofre uma mitose assimétrica e segue a via gametofítica normal, porém alguns deles dividem simetricamente originando duas células idênticas, tomando uma rota androgenética. Foi observada também, a ocorrência micrósporos que passam por sucessivas mitoses formando estruturas multinucleadas ou multicelulares. Os tratamentos de estresse testados não mostraram nenhuma clara evidência como promotores da embriogênese do micrósporo. A droga antimitótica colchicina não afetou a frequência de grãos de pólen multinucleados, porém, foi notada diferença significativa na presença de divisões simétricas em grãos de pólen incubados por dez dias em meio com esta droga. Os tratamentos de frio e calor não mostraram efeitos positivos na promoção de estruturas embriogênicas, sendo que nos diferentes tratamentos a frequência destas estruturas foi semelhante. O segundo experimento de choque térmico, que testou o efeito benéfico da incubação a 38°C por 3 ou 7 dias, mostrou que a temperatura de 25°C é a melhor para a indução androgenética. No tratamento de estresse por carência de carboidrato a indução de estruturas embriogênicas foi significativamente menor do que nos meios com carboidrato. Em todos os experimentos realizados foi possível verificar diferenças entre os cultivares utilizados, caracterizando a resposta genótipo-dependente da soja.