Tratamento endoscópico do enfisema pulmonar : revisão narrativa da literatura

Abstract

Pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica e enfisema pulmonar avançado apresentam grande impacto na qualidade de vida. Do ponto de vista terapêutico, os medicamentos broncodilatadores apresentam resposta limitada, restando, muitas vezes, apenas a reabilitação e a oxigenoterapia como alternativas de terapêutica clínica de impacto. Tratamentos cirurgicos como a cirurgia redutora de volume pulmonar, bulectomia e transplante pulmonar seguem tendo papel no tratamento de tais casos, mas nas últimas duas décadas novas modalidades menos invasivas, como o tratamento endoscópico, tem sido testadas e implementadas com bons resultados. Objetivo: Realizar uma atualização sobre o histórico do desenvolvimento do tratamento endoscópico de enfisema pulmonar, assim como as técnicas e opções atualmente disponíveis desta modalidade e a experiência do Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Metodologia: Trata-se de uma revisão narrativa, não sistemática, de artigos da literatura sobre tratamento endoscópico de enfisema pulmonar. Resultados: Realizada revisão narrativa abordando o histórico do tratamento endoscópico do enfisema pulmonar, descrição sobre válvulas unidirecionais, critérios de seleção, indicações e contraindicações desta terapia, assim como do passo a passo da avaliação e tratamento nos casos indicados. Conclusão: O tratamento endoscópico com válvulas unidirecionais é uma opção com nível de evidência A de acordo com o Global Initiative for Chronic Obstructive Lung Disease e pode estar indicado para os pacientes com enfisema avançado em tratamento pleno que permaneçam sintomáticos. Apenas os pacientes com ventilação interlobar insignificante podem obter o benefício desta terapêutica. Para os pacientes com ventilação colateral positiva, existem alternativas em estudo que envolvem a associação com técnicas cirúrgicas minimamente invasivas ou a associação com selantes aplicados por via endoscópica. A cirurgia redutora de volume pulmonar e o transplante seguem sendo alternativas para pacientes selecionados.