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dc.contributor.advisorTettamanzy, Ana Lúcia Liberatopt_BR
dc.contributor.authorVarnieri, Marcos Lampertpt_BR
dc.date.accessioned2024-09-10T06:43:16Zpt_BR
dc.date.issued2023pt_BR
dc.identifier.urihttp://hdl.handle.net/10183/278641pt_BR
dc.description.abstractOs cantos do povo indígena Tikmũ'ũn-Maxakali são nomeados pelo povo-espírito que os cria. Esses povos-espíritos são chamados na língua maxakali yãmĩy, sendo o seu coletivo yãmĩyxop. No livro Cantos e histórias do morcego-espírito e do hemex (Tugny, 2009), o povo-morcego-espírito Xũnĩm é o cantor central, que compartilha os cantos com uma miríade de outros yãmĩy. O livro traz, além dos cantos escritos, seu registro sonoro e um conjunto de imagens de autoria dos próprios Maxakali. Sendo uma escrita e uma tradução do oral, as questões pertinentes à literatura oral (Zumthor, 1997) e à literalização da oralidade (Derive, 2015) se impõem. A pre-sença da imagem e do som leva a tencionar a forma do livro. Além disso, o estatuto de uma literatura indígena (Sá, 2012; Almeida; Queiroz, 2004) e a sua relação com o cânone literário nacional (Coutinho, 2010; Risério, 1990; Graúna, 2013) são pontos de debate. Os escritores indígenas (Pãrõkumu; Kẽhíri, 2019; Krenak, 2020; Kopenawa; Albert, 2015; Jecupé, 2002) são outro ponto de apoio, tanto para exemplificar essa literatura, quanto para fornecer conceitos para pensá-la. Como então compreender esses yãmĩy no campo literário é a questão posta nesta tese. Reavaliando-se a teorização europeia sobre sistemas de conhecimento e considerando a produção de saberes orientados por aportes decoloniais (Quijano, 1992; 2020; Santos, 2019), o conceito de “animismo” (Harvey, 2015; 2017; Descola, 2005; 2015) é recuperado. longa história do conceito (Tylor, 2016; Goetz; Taliaferro, 2011) mostra a diversidade de concepções e como elas contribuem para escutar o canto de povo-morcego-espírito. Na diversidade anímica, encontra-se o “xamanismo” (Eliade, 2004; Viveiros de Castro, 1986; 2006; Cesarino, 2011; Hamayon, 2015), já que o Xũnĩm é dito ser um xamã, e os cantores tikmũ’ũn, que com ele aprendem os cantos, merecem igualmente essa nomeação. Aceitando-se, então, pelo animismo e pelo xamanismo, que o Xũnĩm é uma pessoa não humana, ele pode ser agente de seus textos, portanto, um autor. A teoria autoral (Barthes, 2012; Compagnon, 2010) é reavaliada em seus limites para, então, reconhecer uma autoria compartilhada entre mundos fundados em ontolo-gias e epistemologias que contestam o antropocentrismo e o humanismo da modernidade.pt_BR
dc.description.abstractThe songs of the Tikmũ’ũn-Maxakali Indigenous people are named by the spirit-people who creates them. Those Spirit-Peoples are called Yãmĩy in the Maxakali language, their collective being yãmĩyxop. In the book Songs and Stories of the Spirit Bat and Hemex (Tugny, 2009), the spirit-bat-people Xũnĩm is the central singer, who shares the songs with a myriad of other Yã-mĩy. The book includes, in addition to lyrics, the songs records and a set of images created by the Maxakali themselves. Being a writing and a translation of the oral, questions pertinent to oral literature (Zumthor, 1997) and the literalization of orality (Derive, 2015) impose them-selves. The presence of image and sound leads to tension the book form. Furthermore, the status of an Indigenous literature (Sá, 2012; Almeida; Queiroz, 2004) and its relationship with the national literary canon (Coutinho, 2010; Risério, 1990; Graúna, 2013) are points of debate. Indigenous writers (Pãrõkumu; Kẽhíri, 2019; Krenak, 2020; Kopenawa; Albert, 2015; Jecupé, 2002) are considered as well, not only to exemplify this literature, but to provide concepts to comprehend it. The question posed in this thesis is how to understand these Yãmĩy in the literary field. Reassessing European theory on knowledge systems and considering decolonial contri-butions to the production of knowledge (Quijano, 1992; 2020; Santos, 2019), the concept of “animism” (Harvey, 2015; 2017; Descola, 2005; 2015) is recovered. The long history of the concept (Tylor, 2016; Goetz; Taliaferro, 2011) shows its diversity and how it contributes to listening to the song of the Bat-Spirit-People. In the animistic diversity, we find “shamanism” (Eliade, 2004; Viveiros de Castro, 1986; 2006; Cesarino, 2011; Hamayon, 2015), since Xũnĩm is said to be a shaman, and the Tikmũ’ũn singers, who learn songs from him, equally deserve this nomination. Accepting, then, through animism and shamanism, that the Xũnĩm is a non-human person, he can be the agent of his texts, therefore, an author. Authorial theory (Barthes, 2012; Compagnon, 2010) is reassessed within its limits to thus recognize a shared authorship between worlds founded on ontologies and epistemologies that contest the anthropocentrism and humanism of modernity.en
dc.format.mimetypeapplication/pdfpt_BR
dc.language.isoporpt_BR
dc.rightsOpen Accessen
dc.subjectTikmũ’ũn-Maxakalien
dc.subjectLiteratura indígenapt_BR
dc.subjectIndigenous literatureen
dc.subjectAnimismopt_BR
dc.subjectXamanismopt_BR
dc.subjectAnimismes
dc.subjectAutoriapt_BR
dc.subjectShamanismen
dc.subjectAuthorshipen
dc.titleYãmĩy literários : autorias partilhadas entre mundospt_BR
dc.typeTesept_BR
dc.identifier.nrb001209490pt_BR
dc.degree.grantorUniversidade Federal do Rio Grande do Sulpt_BR
dc.degree.departmentInstituto de Letraspt_BR
dc.degree.programPrograma de Pós-Graduação em Letraspt_BR
dc.degree.localPorto Alegre, BR-RSpt_BR
dc.degree.date2023pt_BR
dc.degree.leveldoutoradopt_BR


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