Avaliação da possível influência do período de pandemia do SARS-COV2 nos exames parasitológicos de fezes (EPF) em uma rotina de laboratório de análises clínicas

Abstract

As doenças intestinais causadas por parasitas são importantes responsáveis pelas morbidades e mortalidades ao redor mundo, o principal tratamento utilizado para essas verminoses intestinais são os anti-helmínticos e antiparasitários. Entre eles estão o albendazol e a ivermectina, que além da atividade contra helmintos, age contra parasitos não intestinais. O Exame Parasitologico de Fezes (EPF) faz o diagnóstico da maioria dos parasitos intestinais, sendo os estágios usuais utilizados no diagnóstico são os ovos e as larvas de helmintos e os trofozoítos, cistos e oocistos de protozoários. No início de 2020 descobriu-se um coronavírus, até então não descrito, do gênero betacoronavírus. Foi denominado oficialmente coronavírus 2 da síndrome respiratória aguda severa (SARS-CoV-2) e a doença, causada por ele, foi designada como COVID-19. Em estudo in vitro, constatou-se que a exposição do coronavírus à ivermectina gerou destruição de quase todas as partículas virais após 48 horas. Todavia, o fármaco em questão pode adentrar a barreira hematoencefálica e atingir diretamente a transmissão GABAérgica em altas doses. Por isso, recomendam-se apenas dosagens clássicas aos pacientes. Tendo, a pesquisa, objetivo de demonstrar se há evidências que sugiram uma redução dos resultados positivos em EPF em um laboratório de análises clínicas localizado no centro-oeste do Rio Grande do Sul. Entre 2017 e 2022, 2.548 amostras foram analisas e totalizaram 43 resultados positivos, sendo Entamoeba coli o principal achado. Conclui-se que mesmo estando evidente que durante o período pré-pandêmico houve maior incidência de EPFs positivos, a prevalência está baixa em relação à média da população.

As intestinal diseases caused by parasites are significant contributors to morbidity and mortality worldwide. The primary treatment utilized for these intestinal worm infections involves anthelmintic and antiparasitic drugs. Among them are albendazole and ivermectin, which, in addition to their activity against helminths, also target non-intestinal parasites. The Parasitological Examination of Feces (EPF) is used for diagnosing most intestinal parasites, with the typical stages used in diagnosis being helminth eggs and larvae, as well as protozoan trophozoites, cysts, and oocysts. In early 2020, a previously undescribed coronavirus of the betacoronavirus genus was discovered. It was officially named Severe Acute Respiratory Syndrome Coronavirus 2 (SARS-CoV-2), and the disease it caused was designated as COVID- 19. In vitro studies revealed that exposure of the coronavirus to ivermectin led to the destruction of nearly all viral particles after 48 hours. However, this particular drug can penetrate the bloodbrain barrier and directly affect GABAergic transmission at high doses. Therefore, it is recommended to use only standard dosages for patients. The aim of the research was to demonstrate whether there is evidence suggesting a reduction in positive results in EPF tests at a clinical laboratory located in the central-western region of Rio Grande do Sul. Between 2017 and 2022, a total of 2,548 samples were analyzed, resulting in 43 positive outcomes, with Entamoeba coli being the primary finding. It is concluded that even though there was a higher incidence of positive EPF results during the pre-pandemic period, the prevalence remains low compared to the population average.