Pacto narcísico da branquitude e materiais didáticos de História : o caso judicializado em Maringá/PR

Abstract

Este trabalho analisa as mudanças implementadas em um trecho de um capítulo específico sobre racismo, dentro de um livro didático de História para o ensino fundamental, a partir de sua judicialização em 1997, na cidade de Maringá/PR. Visa compreender como um livro de História propõe o debate sobre o racismo e impacta as relações entre jovens negros e brancos numa escola específica, atingindo a comunidade escolar como um todo, enfocando o agenciamento do professorado branco. A metodologia qualitativa foi a escolhida para desenvolver o estudo, por meio de revisão de literatura acadêmica, análise de fontes produzidas a partir de documentos como livros didáticos e documentos jurídicos, acompanhada por entrevistas semiestruturadas produzidas e publicadas (MEINERZ, 2019). A produção e análise das fontes foi cruzada com auto reflexões da autora, igualmente jovem estudante negra em finalização de sua formação docente inicial. Problematiza a presença da racialidade hegemônica branca e do racismo nas formas de viver e pensar práticas pedagógicas para o ensino de História. Opera com conceitos como movimento negro educador, afeto e pacto narcísico da branquitude, a partir de autoras como Nilma Lino Gomes, bell hooks e Maria Aparecida Bento. Como resultados finais aponta a dimensão relacional do ensino de História e da própria implementação de recursos didáticos que, em contextos de pacto narcísico da branquitude, pode operar para manter ou superar o racismo.