Efeitos das aulas de danças brasileiras nos níveis de cognição de pessoas com doença de parkinson

Abstract

Este trabalho de conclusão de curso está dividido em três capítulos. O primeiro capítulo contém a apresentação geral do tema a ser investigado e o referencial teórico, resultante de uma publicação de capítulo de livro. O segundo capítulo apresenta um estudo semi-experimental, de análise quantitativa, sobre os efeitos das aulas de Danças Brasileiras nos níveis de cognição global de pessoas com DP. E, por fim, o terceiro e último capítulo compreende uma conclusão geral, na qual eu retomo os resultados obtidos pelo trabalho e disserto resumidamente sobre minha experiência enquanto bolsista de extensão durante a graduação. Paralelo ao aumento da expectativa de vida, observa-se também o crescimento de incidência de doenças neurodegenerativas na população. A Doença de Parkinson (DP) é a segunda enfermidade neurodegenerativa mais prevalente em todo o mundo e está associada a diversos prejuízos e implicações de amplo alcance para as pessoas acometidas. Na DP, várias áreas cerebrais sofrem degeneração em diferentes níveis, desencadeando uma abrangente variação de sinais motores e não-motores. Os sinais não-motores tornam-se cada vez mais prevalentes ao longo do curso da doença, sendo alguns dos principais determinantes da QV dos indivíduos. O comprometimento cognitivo é uma das manisfestações não-motoras mais impactantes na DP, com sinais variando entre cognição normal, comprometimento cognitvo leve e, finalmente, demência. O tratamento convencional para DP é baseado em terapias medicamentosas, porém, o interesse por intervenções não farmacológicas vem aumentando e muita atenção tem sido dada a uma estrutura multidisciplinar de tratamento. Diversas práticas corporais têm sido abordadas na literatura como possibilidades de reabilitação complementar para melhora dos sinais da DP, dentre elas, a dança. De acordo com os resultados do presente estudo, apresentados no Capítulo 2, é possível afirmar que a prática de Danças Brasileiras pode ser benéfica para a cognição global de pessoas com DP. Apesar de não apresentar diferença estatisticamente significativa, uma melhora na resposta do grupo e individual pode ser considerada um resultado positivo no quadro da DP, uma vez que se trata de uma doença progressiva e neurodegenerativa. Assim, pode-se afirmar que podemos e devemos considerar a dança enquanto peça fundamental no tratamento complementar e específico da DP, afastando-a de noções que a tomariam como uma atividade meramente recreativa ou contemplativa, enfatizando a conexão entre corpo e mente, físico e o psíquico.

The present work is divided into three chapters. The first chapter contains the general presentation of the main topic to be investigated and the theoretical framework used on the research, result of a previous book chapter publication. The second chapter presents a semi-experimental study, with quantitative analysis, about the effects of Brazilian Dance classes on the global cognition levels of people with Parkinson’s Disease (PD). And, finally, the third and last chapter contains a general conclusion, in which I return to the results obtained by the work and briefly talk about my experience as an extension student during my graduation. Parallel to the increase in life expectancy, there is also an increase in the incidence of neurodegenerative diseases in the population. Parkinson's Disease (PD) is the second most prevalent neurodegenerative disease worldwide and is associated with several damages and wide-ranging effects on affected people. In PD, several brain areas are degenerating, at different levels, triggering a variation in motor and non-motor symptoms. Non-motor symptoms become increasingly prevalent throughout the course of the disease, being one of the main determinants of the individuals' quality of life. Cognitive impairment is one of the most striking non-motor manifestations in PD, with symptoms ranging from normal cognition, mild cognitive impairment and, later, dementia. The conventional treatment for PD is usually based on drug therapies. However, interest in nonpharmacological interventions is increasing and much attention has been paid to a multidisciplinary treatment framework. Several bodily practices have been addressed in the literature as possibilities for complementary rehabilitation to improve PD symptoms, including dancing. According to the results of the present study, presented in Chapter 2, it is possible to affirm that the practice of Brazilian Dances can be beneficial to the global cognition of people with PD. Although it does not present a statistically significant difference, an improvement in the group and individual response can be considered a positive result in the context of PD, since it is a progressive and neurodegenerative disease. Thus, it can be said that we can and should consider dance as a fundamental piece as a complementary treatment of PD, moving it away from notions that would take it as a merely recreational or contemplative activity, emphasizing the connection between body and mind, physical and psychic.