Monumentalizando a branquitude : identidade regional, memória e branquitude na estatuária de Porto Alegre nas décadas de 1910 e 1930

Abstract

Esse trabalho tem por objetivo compreender o processo de monumentalização que deu origem ao grande volume de monumentos que evocam determinadas interpretações do passado regional por meio de estátuas de homens brancos na cidade de Porto Alegre, nas décadas de 1910 e 1930. Para isso, buscamos compreender elementos do processo de formação da identidade regional rio-grandense, analisando as produções historiográficas que alicerçaram a construção de personagens romantizados e embranquecidos, representantes dos ideais republicanos positivistas e do gauchismo. Sendo assim, esses grupos se utilizam do seu lugar de poder para perenizar seus feitos e ideologias no espaço público de Porto Alegre por meio de monumentos controversos, como são os exemplos das estátuas de Júlio de Castilhos e de Bento Gonçalves, nos legando como herança uma memória que reforça o poder simbólico da branquitude.

This essay aims to understand the process of monumentalization that gave rise to the large volume of statues representing the white identity in the city of Porto Alegre, in the 1910s and 1930s. To do that, we looked for elements in the process of formation of the regional identity of Rio Grande do Sul, analyzing the historiographical productions that supported the construction of romanticized and whitened characters, that represent the positvist republicans ideals and gauchism. Therefore, these groups use their place of power to perpetuate their achievements and ideologies in the public space of Porto Alegre throught controversial monuments, such as the example as Júlio de Castilhos and Bento Gonçalves, leaving us as an inheritance a memory that reinforces the symbolic power of whiteness.