Aceitação parental de diferentes técnicas de manejo do comportamento infantil : uma revisão de escopo

Abstract

As técnicas de manejo comportamental, tanto não farmacológicas como farmacológicas, são empregadas para reduzir a ansiedade, o medo e a birra do paciente odontopediátrico, estabelecer uma atitude positiva e realizar cuidados de saúde bucal com segurança física e emocional. A escolha das técnicas deve ser pautada no julgamento profissional, na individualidade de cada criança e na preferência dos pais. Sendo assim, o objetivo desta revisão de escopo foi investigar o nível de aceitação dos pais das diferentes técnicas de manejo do comportamento infantil. Uma abrangente busca foi realizada nas bases de dados PubMed/MEDLINE, TRIP, Lilacs eScopus, sem restrição de idioma e ano de publicação. Estudos que avaliaram as preferências do pais das técnicas de manejo comportamental usadas em Odontopediatria foram incluídos. De um total de 1.153 estudos, 61 artigos foram selecionados para leitura do texto na íntegra e 15 estudos transversais foram incluídos na revisão. Em geral, os artigos variaram com relação a amostra e metodologia para avaliação do nível de aceitação parental. Os estudos foram publicados entre 1997 e 2019, incluindo diversos países e etnias. Foram incluídos estudos que avaliaram a indicação das técnicas para crianças normorreativas com idade entre 3 e 15 anos submetidas a tratamento convencional. Os questionários para avaliação da aceitação parental das técnicas de manejo do comportamento foram respondidos principalmente pelas mães (53,2%). As seguintes técnicas foram avaliadas: falar-mostrar-fazer, reforço positivo, modelagem, comunicação não verbal, comunicação efetiva, distração, controle de voz, mão sobre a boca, presença/ausência dos pais, “escape contigente”, contenção ativa e passiva, pré-medicação oral, sedação com óxido nitroso, anestesia geral e hipnose. Reforço positivo (91,6%) e mostrar-falar-fazer (87,5%) foram as mais aceitas, enquanto que mão sobre a boca (31,5%), anestesia geral (34,4%) e hipnose (34,4%) foram mais menos aceitas. Em conclusão, os pais ainda preferem as técnicas que envolvem comunicação verbal em relação às técnicas farmacológicas ou avançadas.

Behavior management techniques, both non-pharmacological and pharmacological, are used to reduce the anxiety, fear and tantrum of the pediatric patient, establish a positive attitude and perform oral health care with physical and emotional security. The choice of techniques should be based on professional judgment, the individuality of each child and the parents’ preference. Therefore, the aim of this scope review was to investigate the level of parental acceptance of different child behavior management techniques. A comprehensive search was carried out in the PubMed / MEDLINE, TRIP, Lilacs and Scopus databases with no language or date restrictions. Studies that evaluated the parents' preferences for behavioral management techniques used in pediatric dentistry were included. From a total of 1,153 studies, 61 articles were full text assessed for eligibility,and 15 cross-sectional studies were included in the review. In general, the papers varied by sample and methodological evaluation. Studies were published between 1997 and 2019, including several countries and ethnicity. Studies that evaluated the indication of techniques for normorreative children aged 3 to 15 years who underwent conventional treatment were included. Questionnaires for evaluating the parental acceptance of the behavior management techniques were answered mainly by mothers (53.2%). The following techniques were evaluated: tell-showdo, positive reinforcement, modelling, nonverbal communication, effective communication, distraction, contingent escape, voice control, parental presence/absence, active and passive restraint, oral premedication, nitrous oxide sedation, general anesthesia, hand-over-mouth, and hypnosis. Positive reinforcement (91.6%) and tell-show-do (87.5%) were the most acceptable, while hand-over-mouth (31.5%), general anesthesia (34.4%) and hypnosis (34.4%) were the least acceptable. In conclusion, parents still prefer techniques that involve verbal communication over pharmacological or advanced techniques.