Uso de aglepristone no tratamento da hiperplasia mamária felina : relato de três casos

Abstract

Este trabalho relata três casos de hiperplasia mamária felina (HMF) em três gatas com menos de um ano de idade. Esta alteração tem caráter benigno e se caracteriza por um rápido e progressivo crescimento das glândulas mamárias, ocorrido após estímulo hormonal por progesterona endógena ou exógena. Nos três casos relatados, foi realizado tratamento clínico com aglepristone, um fármaco antiprogestágeno que atua bloqueando receptores da progesterona e, consequentemente, provoca a redução do volume mamário. O aglepristone vem sendo utilizado mais recentemente na terapêutica da HMF. Ambas as gatas do estudo apresentavam aumento de volume bilateral e envolvimento de todas as glândulas mamárias. As cadeias mamárias apresentavam consistência firme e sem aderências. Uma das gatas recebeu contraceptivo injetável, sendo a que apresentou maior morbidade, com úlceras e necrose de uma das mamas. As outras duas gatas desenvolveram HMF após o cio. O aglepristone foi instituído na dose de 10mg/kg, via subcutânea 1 vez ao dia, por 4 dia s seguidos associado a tratamento suporte. Ocorreu uma rápida regressão nos dois casos em que não houve administração prévia de contraceptivo. Já, no caso da paciente que recebeu contraceptivo, a involução completa das mamas demandou mais tempo. A utilização do aglepristone é importante, pois bloqueia a ação da progesterona. A OSH juntamente com a terapêutica com aglepristone teve resultados satisfatórios neste estudo, representando, portanto, uma opção terapêutica menos invasiva quando comparado com a mastectomia.

This paper reports three cases of feline mammary hyperplasia (FMH) in female cats under one year of age. This is a benign disease, characterized by fast and progressive growth of the mammary glands, usually after hormonal stimulation by endogenous or exogenous progesterone. In all three cases, clinical treatment was instituted using aglepristone, an antiprogestin that blocks progesterone receptors and, consequently, causes reduction in mammary volume. The progesterone receptor blocker aglepristone was usually used to induce abortion, but has recently found place in FMH therapy. In the present study, the three cats showed bilateral swelling, involving all mammary glands. Presentation included remarkable increase in mammary volume, firm consistency, and no adherences. One cat has previously received injectable contraceptive, showing increased morbidity, with ulcers and necrosis of one mammary gland. The two other cats developed FMH after heat. Treatment included aglepristone at the dose of 10mg/kg, subcutaneously, once daily, during 4 consecutive days, associated with supportive treatment. Both cases with no previous history of contraceptive administration showed rapid regression of the mammary glands to its normal size. On the other hand, the patient who had received contraceptives required more time until complete involution of the mammary glands. The use of aglepristone has been proved to be important, since it blocks the main endogenous and exogenous sources of progesterone, preventing further recurrences of the disease. Aglepristone therapy showed satisfactory results in this study and, therefore, appears as a less invasive and more effective option when compared to mastectomy.