Efeitos de dois modelos de treinamento de hidroginástica na qualidade de vida e nos sintomas depressivos de mulheres idosas

Abstract

Melhorias observadas em decorrência da prática regular de exercícios, como por exemplo, o progresso na saúde física e uma maior independência, podem resultar em um incremento na qualidade de vida e na diminuição dos sintomas depressivos do indivíduo, especialmente quando o treinamento é realizado em grupos. Assim, sendo a hidroginástica uma das modalidades de treinamento físico mais procuradas pelo público idoso, objetivou-se verificar os efeitos de dois programas de treinamento na hidroginástica, sendo um de caráter aeróbio e outro de caráter de força na qualidade de vida e nos sintomas depressivos de mulheres idosas. Para tanto, 69 mulheres foram randomicamente distribuídas em três grupos, um que realizou treinamento aeróbico em aulas de hidroginástica (HA; n=23), outro que realizou treinamento de força em aulas de hidroginástica (HF; n=23) e outro que realizou aulas de relaxamento em imersão (GC; n=23). As intervenções foram realizadas durante 10 semanas, com duas sessões semanais (45 minutos cada) para os três grupos. O grupo HA foi treinado utilizando-se o método intervalado com intensidades que variaram entre 80 e 100% da frequência cardíaca relativa ao segundo limiar ventilatório. O grupo HF treinou realizando a máxima velocidade de execução dos movimentos progredindo de quatro séries de 20 segundos para oito séries de 10 segundos. O GC realizou um programa não periodizado de exercícios de relaxamento em meio aquático, com mesma duração e frequência semanal dos grupos HA e HF. Foram realizadas avaliações antes e após as 10 semanas de treinamento. Para avaliar a qualidade de vida foi utilizado o instrumento WHOQOL-BREF, já para os sintomas depressivos foi utilizado como instrumento a Escala Geriátrica de Depressão de 15 itens. Para a análise estatística, foi utilizado o método de Equações de Estimativas Generalizadas, com post hoc de Bonferroni. O nível de significância adotado foi α=0,05 e o tamanho de efeito (TE) foi calculado pelo método d de Cohen. Nenhum dos grupos apresentou mudanças significativas nos escores de qualidade de vida, havendo um TE de pequena magnitude do momento pré para o pós-intervenção nos domínios físico 0,37 (-0,21 a 0,95) , psicológico 0,30 (-0,28 a 0,88) e geral 0,36 (-0,22 a 0,95) para participantes do HA e no domínio geral para as participantes do HF 0,35 (-0,23 a 0,94). Em contrapartida, os dados dos sintomas depressivos mostraram diminuições significativas para as participantes dos três grupos experimentais, com magnitude de melhora encontrada de 46% nas participantes do grupo HA, 33% no grupo HF e de 49% no GC. Ainda, foram encontrados TE de grande magnitude para os grupos HA 1,35 (0,75 a 1,99) e GC 1,29 (0,65 a 1,92) e de moderada magnitude para o HF 0,78 (0,18 a 1,38). Em virtude dos resultados apresentados, conclui-se que os métodos de treinamento de hidroginástica, bem como a intervenção de relaxamento, com prescrição análoga à implementada neste estudo, promovem benefícios nos sintomas depressivos de mulheres idosas.

Improvements observed as a result of regular exercise, such as progress in physical health and greater independence, may result in an increase in quality of life and decrease in the individual's depressive symptoms, especially when training is performed in groups. Therefore, as hydrogymnastics is one of the most sought-after physical training modalities by the elderly, it was aimed to verify the effects of two training programs of hydrogymnastics, one of which is aerobic and the other with a strength character in the quality of life and in the depressive symptoms of older women. In order to do this, 69 women were randomly assigned into three groups, one who underwent aerobic training in hydrogymnastics classes (HA; n = 23), the other one who performed strength training in hydrogymnastics classes (HF; n = 23) and another one that made immersed relaxation classes (GC; n = 23). Interventions were performed for 10 weeks, with two weekly sessions (45 minutes each) for the three groups. The HA group was trained using the interval method with intensities ranging from 80 to 100% of the heart rate relative to the second ventilatory threshold. The HF group trained by performing the maximum execution speed of the movements progressing from four sets of 20 seconds to eight sets of 10 seconds. The CG performed a not periodized program of relaxation exercises in aquatic environment, with the same duration and weekly frequency of the HA and HF groups. Evaluations were performed before and after 10 weeks of training. To evaluate the quality of life, the WHOQOL-BREF instrument was used. For the depressive symptoms, the 15-item Geriatric Depression Scale was used as instrument. For the statistical analysis, the Generalized Estimating Equation method was used, with Bonferroni post hoc. The significance level adopted was α = 0.05 and the effect size (ES) was calculated by the Cohen method. None of the groups presented significant changes in the quality of life scores, with a ES of small magnitude from the pre to the post-intervention period in the physical domains 0.37 (-0.21 to 0.95), psychological 0.30 (- 0.28 to 0.88) and overall 0.36 (-0.22 to 0.95) for HA participants and in the general domain for HF 0.35 participants (-0.23 to 0.94). On the other hand, the data of depressive symptoms showed significant decreases for the participants of the three experimental groups, with a magnitude of improvement of 46% in the participants of the HA group, 33% in the HF group and 49% in the CG group. In addition, ES of high magnitude were found for HA groups 1.35 (0.75 to 1.99) and GC 1.29 (0.65 to 1.92) and of moderate magnitude for HF 0.78 (0 , 18 to 1.38). Based on the results presented, it is concluded that the hydrogymnastic training methods, as well as the relaxation intervention, with prescription analogous to the one implemented in this study, promote benefits in the depressive symptoms of elderly women.