Estudo de prevalência de sinais e sintomas musculoesqueléticos em praticantes de dança de salão em Porto Alegre

Abstract

Esta pesquisa configura-se como um estudo de prevalência dos sinais e sintomas musculoesqueléticos que acometem praticantes de Dança de Salão de Porto Alegre. Os objetivos específicos deste estudo foram: a) determinar quais são os sinais e sintomas mais frequentes em praticantes de Dança de Salão em Porto Alegre; b) identificar se estes acontecem em praticantes amadores, bailarinos profissionais ou professores; c) detectar as faixas etárias que mais apresentam sinais e sintomas decorrentes da prática de Dança de Salão nos referidos âmbitos; d) averiguar quais os estilos mais envolvidos na gênese de sinais e sintomas musculoesqueléticos em Dança de Salão; d) verificar a demanda de tratamento pelos sujeitos acometidos pelos sintomas. O estudo tem como justificativa a limitada produção acadêmica na identificação das referidas manifestações em populações brasileiras. A coleta de dados foi realizada por meio de questionário constituído por perguntas abertas e fechadas. Foram incluídos no estudo praticantes de Dança de Salão com no mínimo dois anos de prática regular, com idades entre 18 e 60 anos e que responderam corretamente o questionário. Os dados foram analisados por meio dos softwares Statistical Package for the Social Sciences (SPSS versão 18) e Excel for Windows (versão 2007) Identificou-se que o sintoma musculoesquelético mais presente em praticantes de Dança de Salão de Porto Alegre é dor (68% das ocorrências) e esta se apresenta, em sua maioria, de maneira esporádica (1 a 2 vezes no mês, em 30,6% dos casos). As médias de manifestações por categoria profissional, pré ou semiprofissional e amadora não apresentaram diferença estatisticamente significativa nesta população. Detectou-se uma predominância de sintomas na faixa etária de 25 a 34 anos e que os praticantes com mais de 45 anos são os que menos apresentaram agravos. Não foi possível averiguar qual estilo está mais associado à gênese de sinais e sintomas uma vez que a grande maioria dos participantes da pesquisa pratica mais de um estilo de Dança de Salão. Apesar de apenas 44,6% dos indivíduos acometidos por agravos terem realizado exames complementares, a maioria (67,5%) realizou algum tratamento para melhora da condição patológica. As manifestações musculoesqueléticas ligadas à Dança de Salão são, em sua maioria de origem crônica e sua gênese está associada a aulas e ensaios. Conclui-se que, sendo relacionados a situações potencialmente controláveis, são evitáveis e devem merecer atenção preventiva.

This study aims to approach of the prevalence of musculoskeletal signs and symptoms in Social Dance practitioners in the city of Porto Alegre, south of Brazil. Specific objectives were: a) to determine the most frequent signs and symptoms in this sample; b) to identify if these happen in amateur, professional dancers or dance teachers; c) to detect the age groups most affected with signs and symptoms resulting from the referred practice; d) to find out which styles of Social Dance are most involved in the genesis of musculoskeletal signs and symptoms; d) to verify the demand for medical treatment by the subjects affected by the symptoms. The relevance of the study is justified by the limited academic production in the Field concerning Brazilian populations. Data collection was done through a questionnaire consisting of open and closed questions. Subjects were included in the sample if they had practiced Social Dance for at least two years regularly, aged between 18 and 60 years and correctly answered the questionnaire. Data were analyzed through the software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS version 18) and Excel for Windows The most present musculoskeletal symptom in practitioners of Social Dance in Porto Alegre is pain (68% of occurrences), and this is mostly sporadic (1 to 2 times in the month, 30.6 % of cases). The average of manifestations by professional, pre-professional and amateur category was not statistically significant in this population. There was a predominance of symptoms in the age group of 25 to 34 years and those who were over 45 years of age had the least complaints. It was not possible to find out which style is most associated with the genesis of signs and symptoms since the great majority of the participants practice more than one style. Although only 44.6% of the symptomatic individuals performed diagnostic tests, 67.5% seeked treatment to improve the pathological condition. Musculoskeletal manifestations associated with the Social Dance are, in the perception of our population, mostly of chronic origin and its genesis is associated with classes and rehearsals. It is concluded that, being related to potentially controllable situations, they are avoidable and should merit preventive attention.