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dc.contributor.advisorMassoni, Neusa Teresinhapt_BR
dc.contributor.authorSilva, Camila Brito Collares dapt_BR
dc.date.accessioned2023-10-03T03:36:07Zpt_BR
dc.date.issued2023pt_BR
dc.identifier.urihttp://hdl.handle.net/10183/265625pt_BR
dc.description.abstractNo Brasil as Feiras de Ciências ocorrem há décadas, e são eventos criados para incentivar a educação e a produção científica nas escolas, e a divulgação da ciência para além dos muros das escolas. Feiras buscam engajar jovens na autoria de trabalhos, exercitando o explicar científico e promovendo o gosto pela ciência, e até mesmo pela carreira científica. Apesar das potencialidades das Feiras de Ciências, não há muitos trabalhos acadêmicos sobre essa temática. Através de Revisão da Literatura dos últimos 24 anos sobre o tema, identificamos uma tendência de se pesquisar sobre a dinâmica do(s) dia(s) da Feira, de identificar as temáticas mais usuais, bem como o envolvimento e expectativas dos jovens para apresentar à comunidade, mas observamos que pouco esforço de pesquisa é dedicado ao processo de desenvolvimento e orientação dos projetos e, em especial, sobre as visões de ciência que são construídas por estudantes e professores da Educação Básica. Estudos realizados pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e o Centro de Gestão e Estudos Estratégicos mostram que as Feiras de Ciências são importantes espaços de divulgação científica, pois são bastante visitados pela população, o que tende a aproximar a ciência da sociedade, aspecto este que tem ainda maior relevância no momento atual, de proliferação de negacionismos e “pós-verdades”. Assumimos nesta investigação que o processo de construção de Feiras de Ciências, que envolve diferentes etapas, como a organização por parte da escola; a orientação e desenvolvimento dos projetos, a preparação para a comunicação à comunidade e a avaliação dos trabalhos; tudo isso torna esses eventos espaços de construção e autoria de conhecimentos por parte dos estudantes, e de formação de professores, como também de difusão de concepções sobre a natureza da ciência. Nossa hipótese de pesquisa, reforçada pela Revisão de Literatura, é que há uma lacuna, uma quase ausência de preocupação com a construção e difusão de visões alinhadas às epistemologias contemporâneas, permitindo o enraizamento de visões inadequadas tanto de estudantes como de professores da Educação Básica. Pensando nisso, adotamos como referencial teórico-epistemológico as concepções de Humberto Maturana, principalmente pela valorização que pode e deve ser dada à autonomia e autoria do estudante ao desenvolver suas pesquisas e ao apresentar seus trabalhos nas Feiras de Ciências. Para responder às questões de pesquisa propostas em relação a todos esses pontos, realizamos uma pesquisa qualitativa contemplando as seguintes etapas: i) uma revisão da literatura sobre Feiras de Ciências no Brasil, que corroborou a lacuna já mencionada, consentindo que se propaguem ideias associadas à existência de um “método científico” universal (ideia já superada pela moderna Epistemologia), e a noção de que as Feiras de Ciências seriam meios de exercitá-lo; ii) uma análise de documentos orientadores disponibilizados pelas Feiras de Ciências, com sede no Rio Grande do Sul, que constituiu o Estudo I, e que apontou que esses documentos deixam de aproveitar, ou não lançam luz sobre o processo de desenvolvimento e orientação das/nas Feiras, enquanto uma via capaz de construir e difundir concepções atuais sobre a natureza da ciência. A nossa análise identificou três dimensões: “papel das Feiras”, “justificativas” e “concepções epistemológicas”, sendo que em 92% (23 de 25) dos documentos analisados localizamos termos associados à última dimensão; nas duas primeiras dimensões aparece a “vivência do método científico” como um dos importantes objetivos desses eventos, mas a falta de explicitação do seu significado foi tomada como privilegiando visões superadas do processo científico. Este aspecto foi entendido como uma oportunidade, pois foi possível ao final desta pesquisa doutoral, indicar caminhos para que as Feiras de Ciências explorem, de forma explícita, para além da produção e divulgação do conhecimento científico, aspectos epistemológicos, contribuindo, assim, com a popularização de visões mais alinhadas à História e Filosofia da Ciência (HFC) contemporâneas; e iii) um estudo de caso com a aplicação de questionários e realização de entrevistas com professores(as)-orientadores(as) de Feiras. O Estudo II apontou certas perspectivas positivas e possibilitou refletir as principais dificuldades no processo das Feiras, como a ausência de formação continuada sobre aspectos epistemológicos, a falta de tempo [de qualidade] para orientar o desenvolvimento dos projetos junto aos(às) estudantes, a ausência de padronização de critérios para a avaliação dos trabalhos, a escassez de recursos públicos, entre outros. A voz dos professores ratifica a importância e o papel das Feiras e Mostras de Ciências como: oportunidades de formação científica dos(as) estudantes, espaços de trocas que contribuem para despertar a curiosidade e o interesse destes pela ciência, os engajando na produção e apresentação de explicações científicas aos visitantes, e com isto aproximando a escola e a ciência da comunidade. Esses achados nos permitiram sistematizar no Capítulo 7, um conjunto de reflexões, indicadores e sugestões que buscam ser uma contribuição possível desta investigação para com a melhoria da formação e divulgação do pensamento científico e da difusão de visões atuais da natureza da ciência nas Feiras e Mostras de Ciênciaspt_BR
dc.description.abstractIn Brazil, Science Fairs have been taking place for decades: they are events created to encourage education and scientific production in schools and the dissemination of science beyond the school walls. Fairs seek to engage young people in the authorship of works, exercising scientific explanation and promoting a taste for science, and even for a scientific career. Despite the potential of Science Fairs, there are not many academic works on this topic. Through a Literature Review of the last 24 years on the subject, we identified a tendency to research the dynamics of the day(s) of the Fair, to identify the most common themes, as well as the involvement and expectations of young people in presenting to the community, but we observe that little research effort is dedicated to the process of developing and guiding projects and, in particular, to the visions of science that are constructed by students and teachers of Basic Education. Studies carried out by the Ministry of Science, Technology, Innovations and Communications (MCTIC) and the Center for Management and Strategic Studies show that Science Fairs are important spaces for scientific dissemination, as they are highly visited by the population, bringing science closer of society, an aspect that is even more relevant at the present time, with the proliferation of denialism and “post-truths”. We assume in this investigation that the construction process of Science Fairs, which involves different stages, such as organization by the school, orientation and development of projects, preparation for communication to the community and evaluation of works; all of this make these events spaces for the construction and authorship of knowledge by students, and for teacher training, as well as for the dissemination of concepts about the nature of science. Our research hypothesis, reinforced by the Literature Review, is that there is a gap, a noticeable absence of concern with the construction and dissemination of visions aligned with contemporary epistemologies, allowing the rooting of inadequate views of both students and teachers of Basic Education. With this in mind, we adopted Humberto Maturana's concepts as a theoretical-epistemological reference, mainly due to the appreciation that can and should be given to student autonomy and authorship when developing their research and presenting their work at Science Fairs. To answer the research questions proposed in relation to all these points, we carried out a qualitative research following the steps below: i) a literature review on Science Fairs in Brazil, which corroborated the aforementioned gap, allowing the propagation of ideas associated with the existence of a “scientific method” universal (an idea already superseded by modern Epistemology), and the notion that Science Fairs would be a means of exercising it; ii) an analysis of guiding documents made available by the Science Fairs, based in Rio Grande do Sul, which constituted Study I, and which pointed out that these documents fail to take advantage of, or do not shed light on, the process of development and guidance of/ at Fairs, as a way capable of building and disseminating current conceptions about the nature of science. Our analysis identified three dimensions: “role of fairs”, “justifications” and “epistemological conceptions”, and in 92% (23 of 25) of the documents analyzed we found terms associated with the last dimension; in the first two dimensions, “experiencing the scientific method” appears as one of the important objectives of these events, but the lack of explanation of its meaning was taken as favoring outdated views of the scientific process. This aspect was understood as an opportunity, since it was possible, at the end of this Thesis, to indicate ways for Science Fairs to explicitly explore epistemological aspects, in addition to the production and dissemination of scientific knowledge, thus contributing to the popularization visions more aligned with the contemporary History and Philosophy of Science (HFC); and iii) a case study with the application of questionnaires and interviews with teachers-advisors of Fairs. Study II pointed to certain positive perspectives and made it possible to reflect on the main difficulties in the Fairs process, such as the lack of continuing education on epistemological aspects, the lack of [quality] time to guide the development of projects with students, the absence of standardization of criteria for the evaluation of works, scarcity of public resources, among others. The voice of teachers ratifies the importance and role of Science Fairs and Exhibitions as: opportunities for scientific training for students, spaces for exchanges that contribute to awakening their curiosity and interest in science, engaging them in production and presentation of scientific explanations to the visitors, and with this bringing the school and science closer to the community. These findings allowed us to systematize, in Chapter 7, a set of reflections, indicators and suggestions that seek to be a possible contribution of this investigation towards improving the formation and dissemination of scientific thinking and the dissemination of current views of the nature of science in Fairs and Exhibitions of Sciences.en
dc.format.mimetypeapplication/pdfpt_BR
dc.language.isoporpt_BR
dc.rightsOpen Accessen
dc.subjectScience Fairsen
dc.subjectFeira de ciênciaspt_BR
dc.subjectNature of Scienceen
dc.subjectCiênciaspt_BR
dc.subjectPesquisa científicapt_BR
dc.subjectConceptions of Scienceen
dc.subjectEducação básicapt_BR
dc.subjectScientific researchen
dc.subjectBasic educationen
dc.titleFeiras de Ciências como caminho para a formação de estudantes e professores : desafios, potencialidades e tendências nos documentos e na voz de professores orientadorespt_BR
dc.typeTesept_BR
dc.identifier.nrb001177463pt_BR
dc.degree.grantorUniversidade Federal do Rio Grande do Sulpt_BR
dc.degree.departmentInstituto de Físicapt_BR
dc.degree.programPrograma de Pós-Graduação em Ensino de Físicapt_BR
dc.degree.localPorto Alegre, BR-RSpt_BR
dc.degree.date2023pt_BR
dc.degree.leveldoutoradopt_BR


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