Albumina glicada como marcador glicêmico em diferentes contextos clínicos
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Data
2022Autor
Orientador
Nível acadêmico
Doutorado
Tipo
Assunto
Resumo
Diabetes mellitus é um preocupante problema de saúde pública e os marcadores glicêmicos são importantes para o seu diagnóstico e tratamento. Na rotina clínica, glicose plasmática e hemoglobina glicada (HbA1c) são medidas usadas para rastrear, diagnosticar e manejar o diabetes, mas ambas têm limitações. A glicose plasmática pode ser afetada pelo jejum, ingestão de alimentos, estresse agudo, e é susceptível a variabilidade intrapessoal e às interferências pré-analíticas enquanto HbA1c não é adequ ...
Diabetes mellitus é um preocupante problema de saúde pública e os marcadores glicêmicos são importantes para o seu diagnóstico e tratamento. Na rotina clínica, glicose plasmática e hemoglobina glicada (HbA1c) são medidas usadas para rastrear, diagnosticar e manejar o diabetes, mas ambas têm limitações. A glicose plasmática pode ser afetada pelo jejum, ingestão de alimentos, estresse agudo, e é susceptível a variabilidade intrapessoal e às interferências pré-analíticas enquanto HbA1c não é adequada em condições com meia-vida das hemácias alterada, como anemia e doença renal crônica. Como a albumina glicada (AG) supera as principais limitações apresentadas pela glicose plasmática e HbA1c, há um interesse crescente em utilizá-la como teste alternativo ou complementar para o rastreio, diagnóstico e manejo de diabetes. AG reflete a concentração média de glicemia nas últimas 2–3 semanas e é usada na prática clínica em alguns países da Ásia. No entanto, a utilidade da AG em diversas condições clínicas permanece incerta e os pontos de corte diagnósticos da AG na população geral não foram estabelecidos. Nesta tese realizamos uma revisão sistemática com meta-análise para avaliar o desempenho da AG no diagnóstico de diabetes mellitus na população em geral, avaliamos o desempenho da AG no momento da admissão para detectar anormalidades glicêmicas em indivíduos hospitalizados pela doença do coronavírus 2019 (COVID-19), avaliamos a acurácia diagnóstica da AG na detecção do diabetes mellitus gestacional (DMG), e analisamos também a relação do estado glicêmico definido por teste oral de tolerância à glicose (TOTG), níveis de HbA1c e AG com desfechos adversos da gravidez em gestantes com e sem DMG. Na meta-ánalise, a AG apresentou boa acurácia diagnostica para diabetes, e AG ≥17,1% mostrou alta especificidade para detectar diabetes, com poucos casos falso-positivos. Durante a hospitalização por COVID-19, AG apresentou acurácia moderada à ótima nas condições estudadas. Os pontos de corte de AG no momento da admissão de 19,0%, 21,0% e 20,0% apresentaram alta especificidade para identificar diabetes prévio não diagnosticado pré-admissão, diabetes não controlado e hiperglicemia intra-hospitalar que necessitou de prescrição de insulina, respectivamente. No entanto, AG não foi precisa na identificação de hiperglicemia no momento da admissão em indivíduos sem evidência de diabetes 10 prévia. Em gestantes, AG na 24ª–32ª semana de gestação apresentou baixa sensibilidade para DMG, sem capacidade de discriminar gestantes com e sem DMG. Além disso, apresentou baixo valor preditivo de risco para desfechos perinatais adversos em gestantes com e sem DMG. Com base nos resultados dos estudos que compõem a presente tese, concluímos que: (1) AG é um marcador glicêmico útil e com desempenho adequado para o diagnóstico de diabetes na população geral; (2) AG também pode ser utilizado no momento da admissão para identificar adultos com diabetes prévio não diagnosticado pré-admissão, diabetes não controlado e hiperglicemia intra-hospitalar que necessitou de prescrição de insulina durante a hospitalização por COVID-19; (3) o teste AG na 24ª–32ª semana de gestação é incapaz de identificar gestantes com DMG assim como predizer gestantes com risco aumentado de desfechos perinatais adversos. ...
Abstract
Diabetes is an alarming public health problem and glycaemic markers are essential for its diagnosis and treatment. In clinical routine, plasma glucose and glycated haemoglobin (HbA1c) are used to screen, diagnose, and management of diabetes, but both have limitations. Plasma glucose can be affected by fasting, food intake, acute stress, and is susceptible to intra-individual variability and preanalytical interferences, whereas HbA1c is not suitable for conditions with altered red blood cell tur ...
Diabetes is an alarming public health problem and glycaemic markers are essential for its diagnosis and treatment. In clinical routine, plasma glucose and glycated haemoglobin (HbA1c) are used to screen, diagnose, and management of diabetes, but both have limitations. Plasma glucose can be affected by fasting, food intake, acute stress, and is susceptible to intra-individual variability and preanalytical interferences, whereas HbA1c is not suitable for conditions with altered red blood cell turnover, such as anaemia and chronic kidney disease. As glycated albumin (GA) overcomes the main limitations presented by plasma glucose and HbA1c, there is a growing interest in using GA as an alternative or complementary test for the screening, diagnosis, and management of diabetes. GA reflects the average blood glucose concentration over the past 2–3 weeks and is used in clinical practice in some Asian countries. However, the usefulness of GA in various clinical conditions remains uncertain, and diagnostic cut-offs for GA in the general population have not been established. In this thesis, we performed a systematic review with meta-analysis to evaluate the performance of GA in the diagnosis of diabetes mellitus in the general population, we evaluated the performance of GA at the time of admission to detect glycemic abnormalities in individuals hospitalized with coronavirus disease 2019 (COVID-19), we evaluated the diagnostic accuracy of GA in the detection of gestational diabetes mellitus (GDM), and we also analyzed the relationship between glycaemic status defined by oral glucose tolerance test (OGTT), HbA1c and GA levels with adverse pregnancy outcomes in pregnant women with and without GDM. In the meta-analysis, GA showed good diagnostic accuracy for diabetes, and AG ≥17.1% showed high specificity for detecting diabetes, with few false-positive cases. During hospitalization with COVID-19, GA showed moderate to optimal accuracy in the conditions studied. The GA cut-offs at admission of 19.0%, 21.0%, and 20.0% showed high specificity for identifying undiagnosed pre-admission diabetes, uncontrolled diabetes, and in-hospital hyperglycaemia requiring insulin prescription, respectively. However, GA was not accurate in identifying hyperglycaemia on admission in individuals without evidence of previous diabetes. In pregnant women, GA at the 24th–32nd week of pregnancy showed low sensitivity 12 for GDM, with no ability to discriminate pregnant women with and without GDM. In addition, it had a low predictive value of risk for adverse perinatal outcomes in pregnant women with and without GDM. According to these findings of the studies that make up this thesis, we conclude that: (1) GA is a useful glycaemic marker with adequate performance for diagnosing diabetes in the general population; (2) GA may also be used at the time of admission to identify adults with pre-admission undiagnosed diabetes, uncontrolled diabetes, and uncontrolled hyperglycaemias during hospitalization for COVID-19; (3) the GA test at the 24th–32nd week of gestation is unable to identify pregnant women with GDM as well as predict pregnant women at increased risk of adverse perinatal outcomes. ...
Instituição
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Faculdade de Medicina. Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas: Endocrinologia.
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Ciências da Saúde (9085)Endocrinologia (389)
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